![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGqPDeDYigGMTt_JBQK3a4R9FhrO84Y93jOq2mhwHeofLID01huDlwxaghGvfuCVgcNYg1yJATRu7o2mPlOc0RjxA4kqVd8AAEcrZEJGdKp9gcx__xDG6P41Kv7yohKX0nCQol2Q/s400/IMG_1733+copy.jpg)
sabemos que as (re)invenções são na maioria das vezes fruto do momento, da fugaz orientação, daquilo que o imediato e concreto determina, nomeadamente os alfabetos das modas, o determinante do que vistas curtas anseiam e dos seus espectáculos, do fogo de artificio que passado o estouro os mais velhos costumam dizer "é só foguetes". então e o sumo, o conteúdo, a suspensão, a ossatura, aquilo que em termos estruturais dá corpo e razão permanente a um calendário, a uma comunidade em termos do que a identifica, a ajuda nas suas fragilidades e medos. recentemente numa extraordinária homilia do sacerdote de Monfortinho ouvi uma das sínteses mais coerentes e lúcidas sobre as festas em termos daquilo que organicamente conectam, que fundamentam, que perscrutam naquilo que em termos do vindouro, o que vêm, as gerações futuras, o coerente. destas palavras sustento a dimensão radial do prospero, do futuro de todas as coisas: "podeis fazer um almoço com os vossos amigos e demais companheiros, reunir-vos para um grande banquete, mas deveras que não é a mesma coisa quando esta reunião sustêm um propósito ritual ancestral e devoto a uma divindade, a um culto, a uma forma vinculada em termos locais a uma antiquíssima cosmo-visão. lembrei-me de imediato de tantas e tantas (re)invenções forçadas e manipuladas...