quarta-feira, outubro 25, 2017

terça-feira, outubro 24, 2017

ZAMBURRA, SARRONCA OU RONCA....


a zamburra, um instrumento musical absolutamente genial. este exemplar exposto no Museu Nacional de Etnologia, em cântaro de folha de flandres é proveniente do Rosmaninhal, justificando essa especificidade e envolvência sonora com este território, ligada aos ciclos festivos (Natal, Carnaval). hoje, face ao domínio generalizado do adufe, este singelo instrumento quase desapareceu e a sua tão peculiar sonoridade, quase jocosa, vai-se silenciando. lembro-me de uma senhora americana, responsável de uma etiqueta discográfica, ter ficado extasiada quando ouviu por primeira vez em Sliven (Bulgaria), o grupo saca-sons da Zebreira, chegando mesmo a manifestar interesse em gravar um disco. tenho curiosidade em espreitar alguns repertórios musicais associados a este instrumento, especialmente aqueles que remetem directa ou indirectamente para os ciclos rituais anuais. uma outra dimensão interessante, prende-se com a sua construção.

segunda-feira, outubro 23, 2017

Vol. I. 2017

domingo, outubro 22, 2017

ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU


esta documentação visual associada aos discursos da fé e da crença, amplia as análises e os problemas associados à documentação qualitativa...

sábado, outubro 21, 2017

pós-incêndios. um homem chora pelas suas colmeias perdidas. outro lamenta com lágrimas uma nespereira enxertada. uma mulher olha o vazio e pergunta a uma vizinha se viu o seu gato. um homem entre choros soluça o seu querido olival. um casal caminha na direcção da sua casa queimada. uma família em silêncio na berma da estrada tenta confrontar a realidade de um seu vizinho falecido. lembrei-me de Saramago, quando proferiu um dos melhores discursos de sempre: "o meu avô antes de ser hospitalizado foi despedir-se das suas árvores". será que algum governante entenderá o que é o amor por uma singela árvore?

e que mais da miséria se espera, quando a norma tem sido um grito mudo, a consequência de um conjunto de direcções financeiras que mais nada se esperava do que o aumento das dificuldades, e um recado do tipo "self help", tal como nos habituou um senhor que do alto da sua arrogância nos receitava um mandamento eficaz: emigrar em vez de lutar por um país que é de todos...
Vol. I. 2017
pós-incêndios. ouço um autarca de uma destas regiões mais afetadas referir que o fogo veio de outros municípios. logo o seu município está isento de qualquer fraqueza ou falha. os outros municípios de onde o fogo veio é que são os negligentes. serão estes argumentos necessários ou deliberados numa altura de catástrofe?

um outro ponto é o atraso que este interior centro flagelado revela, os parcos investimentos no social. as habitações, os arruamentos, as estradas, as pequenas reformas, as juntas de freguesia com orçamentos minguos. ficou na memória de todos e provavelmente do mundo inteiro, como estas pessoas defenderam os seus lugares, a impressionante entre-ajuda na luta contra estes incêndios colossais (quase ficção cientifica), em muitas situações, imagine-se, com baldes de água, pequenas mangueiras de quintal...esta é a imagem de um país tremendamente diferente daquele que os governantes destes últimos 20 anos ficcionaram...
Vol. I. 2017
parabéns estrelinha
hinos triunfais para este dia

quinta-feira, outubro 19, 2017

Vol. I. 2017

quarta-feira, outubro 18, 2017

ainda pós-incêndios. estranhamente não ouvi nenhum grupo de ecologistas. manifestações cívicas na rua. soltam uma "avezinha" e lá estão todos juntos em prole da  restituição da natureza perdida...

terça-feira, outubro 17, 2017

Volume I

segunda-feira, outubro 16, 2017

"em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão", esta é a máxima a subtrair aos transversais debates pós-incêndios. ao contrário de muitas opiniões políticas que tentam "jogar um jogo extremamente delicado e perigoso", ao fazerem questão de teimarem no foco cego das desgraças dos outros para posicionamentos políticos controlados à distância. uma das grandes certezas é o grau de seriedade imediata e urgente que esta matéria dos incêndios impõe às populações e suas administrações locais e nacionais. eu pergunto, ao longo do ano, quantas vezes ouvimos as pessoas mais comuns que vivem  a realidade dos quotidianos nestas zonas flageladas, aquelas que são deveras conhecedoras dos verdadeiros problemas e/ou suas causas? 

domingo, outubro 15, 2017

(naja mehadji)

sábado, outubro 14, 2017

no alto de uma torre sineira solitária, numa noite
 escura de outono, com um silêncio das horas quase absoluto...

quinta-feira, outubro 12, 2017

(maria clara eimmart)

CANCIONEIRO TRADICIONAL DO CONCELHO DE IDANHA-A-NOVA

ó minha estrelinha do Norte
vai andando que eu já vou,
que me quero despedir
duma mãe que me criou,

(Ti Emilia, Idanha-a-Nova)
(randomitus)



a itinerância experiêncial de seguir atrás de um rebanho em direcção a um lugar qualquer que o pastor define é paciente, muitas vezes demoradamente paciente, outras a uma velocidade estonteante. nesta condução do seu rebanho, o pastor adquire e coloca em prática um conjunto de saberes/acções corporais incríveis: gestos, assobios, formas de falar com os animais, sons, manuseio do cajado e de pedras, treino de cães...enfim, entenda-se de uma vez por todas que estamos perante o fim eminente de uma arte   milenar, definidora das identidades destas terras raianas. aliás, depois de muito aprender  e/ou apreender com as longas itinerâncias pastoris, entendi deveras o que Alberto Caeiro queria dizer com "eu sou do tamanho do que vejo"...existe tanto mundo nestas itinerâncias...