Touro Sentado, Tribo Sioux (América do Norte)
Pois é, este blogue faz hoje um ano de existência virtual,quero agradecer (isto é se as coisas se agradecem) a todos os que se entreteram com este lugar e daqui levaram alguma coisa útil para as suas vidas quotidianas.
Bem hajam a todos!
Para a comemoração escolhi uma mensagem do Touro Sentado da tribo dos Sioux:
Touro Sentado
"Tatanka Yotanka, ou Touro Sentado, Guerreiro Sioux, Lider Tribal da Divisão Hunkpapa Teton e mais tarde um "sonhador" sagrado, esteve em pé de guerra quase continuamente de 1869 a 1876.
Povoadores brancos chegavam constantemente, e ainda mais desastroso para os indios, tinha-se descoberto ouro no território das Colinas Negras. A seguir a esta descoberta em 1875, o governo ordenou que os Sioux deixassem os seus territórios de caça do rio Pó, terras que lhe tinham sido garantidas pelo tratado de 1877, Touro Sentado exprimiu grande amor pela sua terra natal, "um amor totalmente mistico", escreve o biógrafo de Touro Sentado. Ele costumava dizer que todos os pés que sejam saudáveis podem ouvir o próprio coração da terra sagrada... levantavam-se sempre antes da alba, e gostava então de caminhar para molhar os pés no orvalho da manhã."
"Olhai meus irmãos, chegou a primavera; a terra recebeu os abraços do sol e em breve veremos os resultados desse amor!
Cada semente despertou e o mesmo se passa com toda a vida animal. É através desse misterioso poder que também nós temos o nosso ser e que do mesmo modo consentimos aos nossos vizinhos, mesmo animais vizinhos, um direito igual ao que temos, de habitar a terra.
No entanto, ouvi-me, minha gente, nós agora temos que tratar com outra raça - que era pequena e fraca quando os nossos pais a encontraram pela primeira vez, mas que agora é inumerável e esmagadora. Por estranho que pareça, tem propensão para cultivar o solo mas o amor da posse é uma doença entre eles. Essa gente fez muitas regras que os ricos podem quebrar mas não os pobres. Tiram dos pobres e dos fracos para alimentar os ricos que mandam. Afirmam que esta nossa mãe de todos nós, a terra, é deles, e separam-se com vedações dos vizinhos, e desfiguram-na com os seus edificios e o seu lixo. Essa nação é como uma torrente furiosa que salta das suas margens e destroi todos os que estão no seu caminho.
Não podemos habitar lada a lado. Há sete anos apenas fizemos um tratado no qual nos era assegurado que o país do búfalo seria nosso para sempre. Agora ameaçam tirá-lo de nós. Meus irmãos, devemos submeter-nos ou devemos dizer-lhes: "Matem-me antes de tomar posse da minha Terra Natal"..."
(O Sopro das Vozes. Textos de indios americanos, Assirio & Alvim)