sábado, dezembro 30, 2006

OVNI em Idanha-a-Nova???



Termino este velho ano com esta foto impressionante tirada sob a estrada que liga Idanha ao Rosmaninhal. Desejo um bom ano 2007 a todos os andarilhos (as) deste espaço virtual.

sexta-feira, dezembro 29, 2006

O Pardal: macho do Ti Tarzan



Já se torna dificil encontrar um animal destes a executar as suas funções numa economia doméstica. Pois o Pardal continua a ser o melhor ajudante dos labores quotidianos do Ti Tarzan. Como prometi que lhe faria uma homenagem, eis o cumprido.

domingo, dezembro 24, 2006

Um Conto de Natal



Conto de Natal


Tinha terminado a colheita da azeitona na aldeia. Estavas cansado e dorido dos longos dias a apanhar a azeitona ao frio e à chuva. Ali, de frente para o lume, pensavas, dobravas-te sobre os teus profundos pensamentos, enquanto lá fora a noite cobria as ruas com uma geada brilhante. Levantas-te e vais buscar um livro que tinhas começado a ler nos dias alaranjados de Outubro. Abris-te o livro na marca assinalada e deixas-te levar por aquelas veredas de palavras. O Lento estava sentado numa das esquinas da capela, apanhando um pouco de calor de um sol quase morto de um daqueles dias claros de Dezembro. Estava sozinho e por momentos esticou o pescoço e expôs a sua enrugada pele com oitenta e tal anos na mira de um vento gelado, que se dizia que vinha da serra. Naquele momento avistou uma pessoa bem vestida que vinha na sua direcção. Ajeitou o casaco, o chapéu e os velhos óculos. O Homem normal com roupas normais dirigiu-se a ele e fez-lhe algumas perguntas. Da porta entreaberta da taberna, o Figas espreitava os gestos que o Lento fazia ao homem desconhecido, seguia a direcção do seu dedo indicador e pôs-se a meditar cheio de curiosidade. Olha que a curiosidade matou um gato – resmungou o Vecente, dono da velha taberna. O Homem seguiu na direcção que o Lento tinha assinalado e o Figas continuou a sua curiosidade seguindo com um olhar carregado esse estranho. Como o sol já se tinha desviado da estranha esquadria daquele lugar, o Lento levantou-se e dirigiu-se à taberna no seu passo lento mas certo e decidido de um bagaço para aquecer. Encostado ao balcão e já com o bagaço aceso dentro de si, respondeu à curiosidade do Fisgas e do Vecente. Aquele Homem disse-me que vinha à procura de uma pessoa que já não via à muito tempo. Mas não sabia onde morava, disse-me que se chamava João e que morava aqui na aldeia. Disse-lhe que aqui havia cá muitos homens com esse nome, como não tinha mais nada, mandei-o à casa do João Sem Nada. Fizeste bem homem – responderam os dois homens da taberna. Do outro lado da aldeia ouviu-se umas pancadas leves numa velha porta de madeira. O João abriu a porta e depois de algumas explicações, mandou entrar o Homem e sentar-se numa velha cadeira baixa. Depois de algum silêncio o Homem começou a falar: João, eu sou alguém que já morreu, mas não te assustes, eu não te faço mal. Vim outra vez a este mundo para te dizer que vais morrer em breve, mas não te preocupes porque não vais sentir nada. Vais ter uma morte santa. O joão ficou pálido, gelido, as suas mãos começaram a tremer repentinamente. Apenas soluçou algumas breves palavras: e não passo cá o Natal? Não – respondeu num tom baixo mas preciso o Homem. Levantou-se, tocou-lhe nos ombros e disse-lhe: não te preocupes com maisnada, vive o que te resta e saiu pela mesma velha porta. O João levantou-se de imediato na tentativa de seguir o misterioso Homem que lhe tinha comunicado a sua morte, mas este já se tinha esfumado na fria escuridão das solitárias ruas da aldeia. Ficou ali junto à velha porta pálido e sem saber o que fazer. Tornou a entrar e ficou ali a olhar para o vazio e a pensar na sua morte. (Caros leitores o que fariam no lugar do João Sem Nada?) Foi a pergunta que ele fez a todos os presentes na taberna do Vecente. O velho Cabrero que estava sentado de perna cruzada, levantou-se com alguma dificuldade e disse-lhe: eu não sei muito dessas coisas, mas enquanto andei no campo vi muita coisa estranha. Daquilo que eu sei só te posso dizer uma coisa, nós com esta vida só cá viemos a buscar a roupa para a cova, mais nada!
O livro estava caído, o lume ainda se mantinha aceso, era véspera de Natal e tinhas sonhado. Abris-te a porta e nesse preciso instante passou a Ti Bem Vinda: Oh João, anda ai um Homem à tua procura!


Um Santo Natal a todos os andarilhos deste lugar virtual...

terça-feira, dezembro 19, 2006

Arquitectura tradicional: casa tradicional da Beira Alta


Aldeia de Quintã de Pero Martins, Figueira de Castelo Rodrigo

Este é um dos exemplares mais ilustrativos de uma arquitectura intimamente ligada aos animais domésticos. Para além da casa de habitação, estes anexos exteriores serviram outrora de galinheiros, furdas, etc. Veja-se como estas construções em blocos de granito nos ilustram a austeridade e rudeza de um povo. Hoje, estes anexos destinados aos animais de capoeira estão totalmente desactivados. Fica o testemunho de uma economia doméstica.

sábado, dezembro 09, 2006

Monsanto: exposiçao "doces de festa"



Borrachões da Ti Gracinda (Alcafozes)

Foi inaugurada hoje, uma belíssima exposição no Polo da Gastronomia de Monsanto, cuja temática é: "os doces de festa" do concelho de Idanha-a-Nova.

A ideia é mostrar como os alimentos, para além do seu valor nutricional e fisiológico, também "são bons para pensar" .

terça-feira, dezembro 05, 2006

Arquitectura tradicional: casa tradicional do Paul



Casa tradicional do Paul (Covilhã)

No Paul prevalecem as casas de três pisos, o primeiro, outrora, destinado aos gados, alfaias e arrecadações, os outros destinados à habitação. Hoje, estes exemplares tradicionais com varandas de madeira com balaústos recortados foram praticamente substituidos por simples varandas de tijolo, assim como a taipa de ripado dos pisos superiores. Dilui-se no tempo todo um património material e imaterial e assim se vão descaracterizando os lugares.

quinta-feira, novembro 30, 2006

arquitectura tradicional: casa tradicional da aldeia do Rosmaninhal





A "camareta"

A casa tradicional da aldeia do Rosmaninhal varia entre terrea, ou seja, baixa, e a casa dita alta (de um ou dois andares). O exemplar fotografado é uma casa de andar.
1. No piso inferior funciona o "sotão" e os quartos e no andar a cozinha e mais um quarto. O "sotão" é o lugar especial da casa, aqui se recebem as visitas. Este lugar está repleto de simbologia, aqui se dispõem os santos protectores da casa, geralmente a/o padroeiro da aldeia juntamente com as molduras da familia, assim como as cantareiras cheias de loiça de barro e zinco colorida. Os quartos estão bem tapados com cortinas com padrões alegres. A grande maioria das casas têm armarios encaixados na parede e cantareiras.
2. Subindo a escadaria de madeira entramos no dominio da cozinha, lugar por excelência de todas as sociabilidades. O lugar do lume e o fumeiro por cima pautam os tempos dentro da casa. É na cozinha que a familia se congrega em torno do fogo e se estruturam os lugares consoante as idades. Por cima da escadaria, ainda havia lugar para mais uma cama, chamam-lhe o lugar da "camareta". Diz a Ti Barata do altos dos seus 80 anos: "a gente antigamente era uma meséria, dormiamos aos 7 e 8 dentro duma casa, os rapazes iam a dormir para os palheros e as raparigas dormiam em casa. Tinhamos sempre nas casas uma camareta por cima das escadias, era para dormir um filho mais pequeno".

A riqueza do universo das casas rurais têm sido sistemáticamente desvalorizada pela grande maioria dos estudos académicos e dos diversos projectos de cariz patrimonial. Conhecemos pouco ou muito pouco destes universos, fazem falta estudos pormenorizados dos interiores das casas rurais, para que possamos compreender em profundidade o espaço da intimidade familiar.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Arquitectura tradicional de Proença-a-Velha




Encontra-se na aldeia de Proença-a-Velha este conjunto de casas tradicionais, cujas paredes do andar são elaboradas com base na taipa de ripado e barro. Este tipo de casas com esta tecnica de construção associada é caracteristico das áreas serranas (Paul, Covilhã, etc).

"O prometido e devido"

Depois do Joaquim me ter solicitado para enunciar 5 manias e continuar esta onda "manienta", eis o resultado de tal psicanalise:

1. (talvez) demasiado apaixonado por tudo, ou seja, demasiado sonhador
2. melancólico por natureza
3. teimoso, sim demasiado teimoso, ou seja, teimoso que nem um burro
4. solitário
5. nunca saio de casa sem papel e caneta

Peço desculpa, mas como não tenho a quem mandar e continuar esta "onda manienta", contribuo apenas para uma sessão de psicanalise colectiva...

terça-feira, novembro 14, 2006




estás sentado na berma da estrada, os carros passam a uma velocidade moderada. observas as movimentações, as viagens, os aromas que deixam as partidas e as chegadas. escreves. tens aquelas sandálias velhas, as mesmas de tantas peregrinações. para onde vais - perguntam-te. não sabes. esperas. esperas que a angustia te faça levantar e prosseguir a eterna direcção do nada. sempre tiveste o silêncio do teu lado, aprendes-te artes magicas e sabes decifrar o alfabeto das árvores. ainda assim, caminhas com o coração dorido nos dias mais claros. tens essas calças rotas, essa T-shirt suja. utilizas palavras limpas e agradeces sempre. um dia ouviste o poeta da Beira Baixa dizer que as coisas não se agradecem, dão-se com a parte das mãos claras, besuntadas com a doçura dos olhos. guardas-te essas palavras nos teus olhos e percebes-te, de imediato, como se fogo se tratasse, que caminhavas sem direcção com a direcção certa.

sábado, novembro 11, 2006

Toponimos


Rua do Lambique, Cegonhas.

A importância dos nomes dos lugares, da sua origem e transformações ao longo da história, torna-se capital para a compreensão da evolução histórica e cultural do espaço vivido. No presente exemplo, uma tecnologia tradicional para fabrico de aguardente, aparece na sua forma escrita, tal como se pronuncia na região.

terça-feira, novembro 07, 2006

A azeitona



Para além do precioso nectar, o azeite, também a azeitona integra a rica dieta mediterrânica. É rara a mesa de uma casa rural que não tenha presente uma "malguinha" de azeitonas. Nas merendas dos trabalhadores do campo, as azeitonas combinam com o queijo, o chouriço e a codea de pão. Retalham-se nas horas vagas e nos longos serões do Inverno.

"Estória deste balde de azeitonas retalhadas":
"Estas azeitonas são para dar ao proprietário, a gente têm o terreno arrendado e damos-lhe um ou dois baldes de azeitona retalhada" (Ti Mari Zé, Rosmaninhal).

Por todo o concelho, este tipo de dádivas integram os antigos usos relativos aos contratos de arrendamento.

sábado, novembro 04, 2006

Dia de Todos os Santos: o Santoro


Santóro, Rosmaninhal.

Os Santos enquadra-se nas principais épocas destinadas aos peditórios cerimoniais, conjuntamente com as Janeiras, Reis, Carnaval e Dia das Maias. Enquanto que as épocas de ofertas ocorrem no Natal e na Páscoa. Por toda a Beira Baixa havia - convém referir que nos dias de hoje esta tradição está práticamente inoperante - o costume de se fazer com a massa de pão uma especie de bicas besuntadas com azeite, em forma de ferradura, denominadas pelos locais de Santóro, que as madrinhas ofereciam aos afilhados juntamente com dinheiro e frutos secos. Por esta altura era prática comum a competição em torno do maior santóro. Ainda se ouve entre a vizinhança da aldeia a expressão que ficou ligada a este dia: "Tão, já foste a terer o santóro?. O significado destas esmolas encontra-se na natureza especial das comemorações, são pois os dias destinados aos defuntos e acredita-se que nestas datas eles andam pelo mundo. Por todo o lado se fazem ou faziam, bolos destinadso às almas, peditórios e esmolas desses bolos, mesas postas para defuntos, oferendas alimentares, a par com luminárias, sobre as sepulturas.

Este ano ainda consegui fotografar este pequeno exemplar numa das antigas padeiras do Rosmaninhal, que se aprontou a dizer-me: "Já ninguém faz santóros, eu ainda fiz este pequeno só para dizer que fiz. Antigamente ia tudo a terer o santóro. Quando estavamos no campo os patrões neste dia também davam o santóro aos homens, todos traziam um pão grande que os patrões davam. Aqui no povo eram os afilhados quem andava a pedir".

quinta-feira, novembro 02, 2006



perdeste as asas nesta fragilidade limpida
agora apenas tens os olhos
e ainda assim preferes entrega-los aos sonhos

terça-feira, outubro 31, 2006

Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional



O primeiro geoparque português está aqui a um passo. Trata-se do Geoparque Naturtejo, com este criterioso conceito nasce toda uma preciosa valorização patrimonial desta região raiana.

Arquitectura tradicional: casas tradicionais da aldeia do Rosmaninhal



Casas tipicas de andar da aldeia do Rosmaninhal. O piso inferior é denominado de "sotão" e está destinado à sala e aos quartos. No andar funciona a cozinha com acesso ao forro. Como se vê, pela foto, este conjunto de casas tradicionais está no limiar do seu desmonoramento. Quanto à sua recuperação, é sempre um processo complicado, pois estas casas, como na grande maioria das aldeias, são objecto de inúmeras partilhas. Uma pequena casa chega a ter 10 herdeiros, todos a disputam ao mais elevado apreço, chegando muitas vezes a ser motivo de brigas e até mortes. É a eterna e difusa questão das heranças patrimoniais.

Arraial agricola




Arraial agricola, Idanha-a-Nova.

Os arraiais são, essencialmente, grandes centros de lavoura, intimamente ligados à grande propriedade e à agricultura extensiva. Neste caso, trata-se de uma sede de lavoura mais modesta, com as suas infraestruturas de apoio: cabanal, palheiro, casa de ganhão e pocilga.

Arquitectura tradicional: casas tradicionais de xisto das Soalheiras





A aldeia das Soalheiras situa-se na margem direita do Ribeiro da Velha e dista a 9 Km do Rosmaninhal (sede de freguesia). É, sem qualquer dúvida, uma aldeia soalheira. A sua arquitectura tradicional acenta, sobretudo, no xisto. Todavia, estas construções mais antigas têm sido, progressivamente, destruidas em prol do tijolo. No entanto, a aldeia ainda sustenta um núcleo considerável destas construções mais antigas. Enquadra-se na tipologia da casa tipica do Sul, de aspecto limpo e fresco, caiada por dentro, com ausência de escadas exteriores e varandas. Os palheiros destinados ao gado e ao armanezamento do feno, serviram outrora de dormitório aos rapazes, pois apenas dormiam na exígua casa de habitação as raparigas e a mãe. Era prática comum criar-se dúzias de filhos em acanhados espaços destas construções tradicionais.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Outra vez os caminhos



os gritos eram de pó
mas tu continuas a caminhar
não sabes onde estás
mas pensas pensas no tempo
na magia das árvores e do vento
tens o avulso das letras
mas preferes a caligrafia do silêncio
talvez ainda hoje te segrede o sabor da maçã
ou aquele outro sabor sonhado
tu acenas com o coração
& o vento faz a viagem por ti

terça-feira, outubro 17, 2006

Os muros: um patrimonio esquecido





Muro de xisto. Alcantara, Espanha.

A taberna da Ti Barata






Taberna da Ti Barata. Rosmaninhal.

Cá fora a manhã passa, lenta e lânguida. A taberna está aberta. Ouvem-se algumas mulheres. Os homens ainda não apareceram. A Ti Barata está sentada numa cadeira, com os braços sobre a mesa e olha para tudo com aquele olhar de quem não quer ver nada. Pergunto se lhe apetece trocar algumas palavras sobre esse tempo que a taberna emana. Os olhos semi-fechados esforçam-se para o foco de luz da minha curiosidade e algumas palavras soltam-se para exorcizar este tempo, o tempo de tudo, ouvindo-se o tempo do nada: "Dantes não tinhamos nada mas a taberna estava sempre tcheia, agora já há de tudo, tudo quer os cafeis e já ninguém quer estas coisas velhas". Entretanto, entra um homem apressado, diz bom dia e "bota-me um copo de aguardente que ainda não comi nada". Bebe de uma vez. Pede outro, bebe de igual modo. Torna a pedir outro e puxa pela velha carteira para pagar. Pergunta à Ti Barata quanto lhe deve. A ti Barata faz a conta, o homem diz-lhe que está mal, ela torna a rever e consente o seu engano. O homem responde: "Queres me roubar a mim para dar aos outros? Ela ri-se e o homem sai. A conversa fica retida no tempo e a Ti Barata regressa ao lugar do nada.

segunda-feira, outubro 16, 2006

domingo, outubro 15, 2006

O ciclo do vinho







Figueira de Castelo Rodrigo. Adega Cooperativa.

O ciclo do vinho, esse mágico e alquimico "saber-fazer", ancestral e divino, expoente de muitas civilizações mediterrâneas. Afinal o que é o vinho? o vinho é associado ao sangue, é a bebida da imortalidade. Simbolo do conhecimento e da iniciação. Na Grécia antiga, o vinho substituia-se ao sangue de Dioniso e representava a bebida da imortalidade. Nas sociedades secretas chinesas, o vinho (de arroz) misturava-se com sangue na altura do juramento e, enquanto bebida de comunidade, permite alcançar a idade de cento e noventa e nove anos. O vinho é também um elemento de sacrificio.

Arquitectura tradicional: furdas circulares em falsa cupula da Zebreira







Zebreira. Furdas tradicionais. Construções circulares em xisto com a cobertura em falsa cupula. Revelam a importância - hoje em decadência - da criação do porco na economia doméstica. Trata-se de um interessante conjunto arquitectónico dedicado à criação do porco.

sábado, outubro 14, 2006

Arquitectura tradicional: casa de tres pisos



Rosmaninhal. Casa de três pisos. Curiosamente num território de latinfundio, com uma geografia, um clima e uma história agrária que explicam o predominio da casa terrea, aparecem alguns exemplares, embora em menor escala, destas casas de três andares, tipicas de zonas serranas.

sexta-feira, outubro 13, 2006

quinta-feira, outubro 12, 2006

Almeida: um olhar







Fotos: Estrelinha