quinta-feira, agosto 28, 2008

COLÓQUIO "PATRIMÓNIOS PASTORIS. CRUZAR OLHARES"




a partilha e o debate em torno da cultura pastoril no nucleo museologico do Salgueiro....

aproveito para agradecer ao municipio do fundão (divisão da cultura) e à junta de freguesia do salgueiro o convite de participação.

(a verdade, a verdade...)

"A vida humana é apenas uma ilusão perpétua; o que fazemos é enganar-nos e iludir-nos mutuamente. Ninguém fala de nós na nossa presença como na nossa ausência. A união que existe entre os homens é fundada sobre este mútuo embuste; e poucas amizades subsistiriam se cada um soubesse o que o seu amigo diz dele quando não está presente, ainda que ele fale então sinceramente e sem paixão.
O homem é apenas disfarce, engano e hipocrisia em si mesmo e para com os outros. Não quer que lhe digam a verdade e evita dizê-la aos outros; e todas estas disposições tão afastadas da justiça e da razão têm uma raiz natural no seu coração."


Blaise Pascal, in "Pensamentos"

terça-feira, agosto 26, 2008

CICLOS DO INTERIOR - TRABALHOS A PARTIR DA ALIENAÇÃO

sexta-feira, agosto 08, 2008

O PROBLEMA DA AUSÊNCIA DE GENTE

Rosmaninhal, 2008.

"desertificação", dizem... eu como acho esta palavra desasjustada, digo ausência de gente, pois um deserto é algo muito mais imponente que a simples ausência de gente...deixando a discussão dos conceitos para outros palcos, vamos ao que realmente interessa analisar. a ausência de gente nas aldeias raianas, eu diria mesmo em todo a orla interior deste tão pequeno-grande país. esta rua por exemplo na aldeia do Rosmaninhal não tem gente, é um assombro...todos temos que repensar este mundo rural que se apaga, que ideias criativas poderão relançar a vida destes lugares? é um problema sério, à escala de um país que se entretêm a rever-se apenas nas grandes cidades, e o resto? a mim entristece-me profundamente ver esta aldeia silênciada...

quinta-feira, agosto 07, 2008

ADUFE 13



mais um excelente número...

terça-feira, agosto 05, 2008

VESTIGIOS DE UMA ENCENAÇÃO FOLCLÓRICA

Monsanto, 2008.


estavamos em 1938, em plena ditadura salazarista, quando o Secretariado Nacional para a informação decide promover o "concurso da aldeia mais portuguesa de Portugal". com este evento, o regime de salazar atingia o seu pleno, ou seja, a construção ou encenação de um país feito de tradição, ordem e harmonia nos campos. são estes mesmos valores que ajudaram a promover uma identidade homogenea, dissimulando todo o tipo de diversidades regionais. neste contexto, a aldeia de Monsanto ganha o atribulado concurso. hoje, passados 70 anos, entre os habitantes locais ainda podemos ouvir ecos deste mesmo discurso, aliás, um dado curioso, foi este mesmo discurso "da aldeia mais portuguesa" que colocou esta encantadora aldeia raiana no mapa dos destinos turisticos de milhares de portugueses e estrangeiros. o meu interesse vai ao encontro da reprodução destas narrativas de promoção de uma aldeia que "é a mais portuguesa". que elementos são usados, entre os habitantes locais, para que tal promoção ainda continue a ser legitimada?

domingo, agosto 03, 2008

SOBRE OS ESPANTALHOS...


já aqui manifestei o meu fascinio pelo uso generalizado  destes "vigias" permanentes das culturas, assim como das tecnologias que os complementam e os substituiram. é na primavera que se revitaliza o seu uso, justificado pelo desabrochar das novas culturas. contudo, o uso do espantalho transporta consigo mais do que a simples protecção das aves, isto porque de fora ficam todas as pragas nocivas de insectos, vermes, etc., assim como o próprio homem como amigo do alheio. por outro lado, o espantalho é também fruto da imaginação de quem o elabora, projectando nele, esse "outro" que habita a paisagem. muitos autores viram nele o prolongamento de diversas entidades protectoras e sacralizadoras. o espantalho evoca essa alteridade, participa nesse discurso sobre o outro, pois ele, embora feito com base nos principios da nossa semelhança, ele é esse "outro" que vai intervir e afastar os males. porém, ele é também o "outro" que nos faz rir, esse palhaço feito de palha que pauta tantos rituais do calendário festivo anual. afinal, quem não se lembra da celebre representação pictórica do espantalho acompanhado dos respectivos pássaros como elementos da sua companhia  permanente, daí, o que espanta o espantalho? o antropólogo J. Pais de Brito diz-nos que "talvez a generalidade dos medos e um dos mais frequentes modos de o exorcizar: o riso".

UMA MEMÓRIA...

Molinos (Espanha), 2007.


existem lugares no mundo que uma vez vistos nunca mais se esquecem. este é um deles.

sábado, agosto 02, 2008

MAIS...

Idanha-a-Nova, 2008.

mais arquitecturas simples...em Idanha-a-Nova. o mesmo primor, o mkesmo encanto, o mesmo investimento no singelo promenor estético. quantas vidas o fizeram? hoje, permanece ali, intacta, no cerne do mundo globalizado, ausente dos projectos duma vida. 

ARQUITECTURA TRADICIONAL



casa tradicional, zebreira, 2008.


como se impõe ao nosso olhar esta arquitectura simples! o apontamento daquela entrada pintada de branco, motivo de investimento estético e social.