domingo, março 29, 2009

HEMEROTECA


Jornal Blitz - Ano XII Nº 621, 24 de Setembro

...

fui assinante deste mitico  jornal desde inicio dos anos 90 do século passado. é assustador, como o tempo passa e como de repente passo a ter um arquivo fascinante de dois mil e tal exemplares desta histórica publicação. aqui iniciei a publicação de uns pequenos textos que eram frequentemente publicados numa secção denominada "Pregões & Declarações". como ainda não tinhamos o desfrute dos telemóveis nem tão pouco da internet, as mensagens, declarações, misssivas, amores, desamores, poemas, etc., tinham aqui neste espaço um amplo eco. tudo se esvaneceu com as novas tecnologias. até mesmo este formato em papel de jornal, hoje esta mitica publicação já é editada em formato de revista. 

relativamente ao conteúdo da noticia da capa sobre a edição de uma autobiografia electrica dos então recém desaparecidos nirvana, o jornalista escreve: "from the muddy banks of the wishkah" é um álbum particularmente vocacionado para todas as pessoas que nunca assistiram aos nirvana ao vivo".  eu ainda tive a sorte de assistir ao hilariante concerto dos nirvana no histórico dramático de cascais...
(mike paré)

can I love the whole world?

sexta-feira, março 27, 2009

(foto Eddy, Monsanto, 2005)


tudo será construido no silêncio, pela força do silêncio, mas o pilar mais forte da construção será uma palavra.
tão viva e densa como o silêncio e que, nascida do silêncio, ao silêncio conduzirá."

António Ramos Rosa, O aprendiz secreto, p. 11.



"Closed zone"

genial ...esta animação sobre o conflito israelo-palestiniano e a opressão que causa à liberdade de viver...

domingo, março 22, 2009

(foto eddy, 2007)

arquivo oral - histórias de vida
etiqueta - Guerra Civil Espanhola

Josefa Moreno Rico, 95 anos, natural de Alcântara (Espanha), residente no Rosmaninhal (Idanha-a-Nova)

"Vim para o Rosmaninhal tinha 15 anos. Morreu o meu pai e a minha mãe e eu fugi da guerra civil espanhola. Casei aqui (Rosmaninhal) e tenho uma filha, mas está em França. O meu homem já morreu. Chamava José Miranda. No tempo da guerra eu estava em espanha, depois fugi. Nesta altura deitavam as pessoas da ponte de Alcantara cá para baixo."
(art wolfe)

nómadas.deserto.fascínios
elementos para uma geografia do desconhecido

sábado, março 21, 2009

(ingue/deviantART)

happy spring

ADUFE 14


já está a circular o nº 14 da espectacular Adufe

sábado, março 14, 2009

DAN FUNDERBURGHla Mano de Dios

catálogo/exposição 

Maria Jesús Manzanares

"O sonho do pastor"

(Centro Cultural Raiano)

quinta-feira, março 12, 2009

(foto eddy)


resgatar um objecto moribundo, condenado a essa agonia fatal que advém desse mesmo esquecimento a que normalmente é submetido, é um exercicio interessante e pertinente, é pois tentar reter o tempo, ou seja,  musealizar. veja-se a titulo de exemplo aquilo a que denominamos por "lixo". o que é lixo e o que não é? veja-se o complexo mundo da reciclagem, onde um conjunto de lógicas, muito próximas das lógicas patrimoniais, (re) valorizam, (re) funcionalizam, (re)utilizam objectos que à partida estavam no final da sua vida. 

quarta-feira, março 11, 2009

(mirco macacci)

...e daí emana a estranha melodia

sábado, março 07, 2009

Rosmaninhal: "Cantar às Benditas Almas"




(fotos eddy, 2009)


pelas frias noites da Beira Baixa, em muitos concelhos e freguesias, já se ouvem, às sextas-feiras, os "cantares às almas" (encomendação das almas). Normalmente, iniciam-se pelas 00 00 horas e são tristes ladainhas entoadas nos pontos altos das aldeias e vilas. No concelho de Idanha-a-Nova, a maioria das freguesias possuem este costume. são grupos, ora mistos ora apenas formados por mulheres. Este ano, decidi acompanhar o grupo do Rosmaninhal e fiquei simplesmente impressionado. trata-se de um canto acentuadamente triste e funebre, que apela e recorda a condição mortal do ser humano e por consequência as suas faltas neste mundo. para além das vestes enlutadas, uma campainha pauta o ritmo do começo e do fim de cada paragem. a quem nunca acompanhou pelas solitárias ruas destas remotas aldeias estes fantásticos rituais funebres, aconselho urgentemente, vale mesmo a pena...

sexta-feira, março 06, 2009


(fotos eddy)

amo estas constelações.

quinta-feira, março 05, 2009



(fotos Eddy)



caminhei e já não caminhava porque já não tinha corpo e vi um cipreste iluminado 
aromas de incenso e de jasmim levaram-me para a profundidade de qualquer flor
ali sem corpo quem era eu?



quarta-feira, março 04, 2009

coisas que acontecem enquanto lavo a louça...



(Positron. Collaborative zine created by Micah Lidberg with Mike Perry.)


num destes dias, estava a lavar a louça e a prestar atenção a um destes programas de final de tarde preenchidos com todo o tipo de noticias do "quintal". um dos entrevistados era um mediático escritor, envolvido no miolo do meio literário há décadas e numa das "secas" perguntas de chinelo que a entrevistadora de sofá lhe fez (o que gostaria de dizer às pessoas lá de casa?), o magno e iluminado escritor respondeu: é preciso que as pessoas leiam mais, gostaria de ver as pessoas a ler mais!! será que com tanta vida literária, com tantas "correntes da escrita" no "pêlo", com tantas ilustres conferências e viagens "on the world"...é apenas isto que tem a dizer aos milhões de telespectadores? nem uma ideiazinha fresca?
ideias??? talvez depois de lavar a louça...

terça-feira, março 03, 2009

(andrea dezso)




há dias assim...

domingo, março 01, 2009

PAISAGENS PASTORIS

Rosmaninhal, 2007.


quem frequenta as paisagens hoje? 

não há muitos anos contavam-se às centenas de rebanhos e pastores nas paisagens raianas. tudo se transformou, avistam-se com menos frequência rebanhos acompanhados por pastores, aqui e ali vão pontuando alguns rebanhos  solitários em terrenos vedados. a ausência do pastor na paisagem é aterradora, causa vazio e abandono. em particular  quando alguém conheceu e viveu esta realidade de perto. no meu caso concreto, tive a oportunidade de ainda conhecer uma das últimas gerações de pastores. acompanhei as suas travessias, ouvi as suas histórias, perscutei os seus medos e experiênciei uma das actividades mais remotas da humanidade. penso no paradoxo deste mundo actual, tecnológico, massificado, urbanizado, higienizado, etc. penso na paupérrima cultura que é partilhada e que é gerada pelos ansiosos "up-dates" tecnológicos, pelas redes de informação que se tornam também redes de iliteracia e definhamento da lingua, redes de pobreza acentuada, reificação atroz da opinião pelos media, pauperização da mente, etc, etc... é precisamente enquadrado nestas lógicas que surgem os novos actores das paisagens: excursionistas pedestres, ciclistas, caçadores, vigias e guias da natureza. cada vez mais deixa de fazer sentido falar em natureza...