quarta-feira, maio 31, 2017

ARQUITECTURAS POPULARES. E OS SABER-FAZER?


esta imagem foi tirada no ano 2005 no território do Rosmaninhal, no interior de uma pequena casa (espaço da cozinha), de piso térreo, construída e lajeada em xisto. a tarefa que tive o cuidado de documentar desde a escolha do local onde foi extraído o barro até à técnica de mistura com água e respectivos gestos técnicos de "caiar" o interior da casa com uma arcaica vassoura de giesta, são para mim hoje documentos de uma importância absolutamente extraordinária. no sentido em que neste curto espaço de tempo de cerca de 10 anos, estas pessoas que habitavam o campo no sentido pleno e quase animista do que significava compreender o meio envolvente na sua totalidade, com uma linguagem corporal que ganhava arcaicas expressões, nos gestos, nas formas mais simples de olhar o cosmo, a vida e a morte, deixaram definitivamente o campo e com elas dilui-se toda uma forma de experiênciar o mundo (o pequeno-grande-mundo). e neste mundo estão os olhares mais interessantes de tudo aquilo que é um compêndio de conhecimentos de uma paisagem...

terça-feira, maio 30, 2017

Veigaviana, Espanha. 2017

domingo, maio 28, 2017


do lado da luz...

ARQUITECTURAS POPULARES EM TERRA

troglodyten caves. libia

sexta-feira, maio 26, 2017

OBJECTOS FERIDOS. A HISTÓRIA DO ROUBO DE UM BRASÃO




Inconsolável civilização (a nossa) que recusa a alma mas acumula os restos e os signos, que exclui, mas ao mesmo tempo quer tornar tudo visível.

*M. Guillaume

recentemente surgiu o melhor dos desenlaces para um brasão que tinha sido roubado na aldeia de Monsanto. lembro-me na altura do suposto roubo que uma das pessoas que mais atenções e preocupações patrimoniais com eventuais desaparecimentos no concelho de objectos de valor patrimonial, foi o Joaquim Baptista http://porterrasdoreiwamba.blogspot.pt/2008/05/coberto-da-noite-vndalos-criminosos.html . provavelmente e como foi encontrado do lado espanhol, subentende-se de algo muito bem organizado, conforme se discutia na altura deste e de muitos desaparecimentos. o que me parece de relevância pertinente é o estado do respectivo brasão e seu conjunto (portal) antes do suposto roubo, tal como essa simbólica relativa aos sentidos dos poderes que se pretende e que a população local hoje lhe atribui. outro facto que se discute é o roubo de um outro brasão da porta do castelo, hoje com a substituição de uma placa meramente simbólica. antropologicamente, estas dimensões tornam-se fecundos casos de estudo em torno do valor das "coisas", simbólico, social,  politico., mas também são urgentes alertas para a velha máxima: a melhor forma de valorizar e proteger o património é estuda-lo"....


quarta-feira, maio 24, 2017

romaria Santa Madalena. Rosmaninhal


temos que saber aprofundar esse sentido sócio-antropologico das festividades. entender que ao invés de um único sentido que lhes querem atribuir (unidimensional), existem muitas outras interpretações. aqui reside toda a riqueza patrimonial do fenómeno das festas. nas tensões, nas contradições, nos ocultamentos. é ir ao encontro daquilo que J. Derrida magistralmente esclareceu com o refrescante conceito de "desconstrução", procurar todos os descentramentos possíveis, imbricarmo-nos nos multiplos caminhos que se afastam dos "centros". entenda-se aqui "centro" como pensamento verdadeiro, forma ideal, ponto fixo....que garante todo o sentido, significado e verdade às coisas...
(svemirska)


tudo flui, nada fica estagnado

heraclito

terça-feira, maio 23, 2017


um projecto artístico fabuloso...

segunda-feira, maio 22, 2017


"generalizar é ser um idiota"

william blake

domingo, maio 21, 2017


cadeira de pastor. 2017

sábado, maio 20, 2017

selvagens. 2017
"dead-man". 2017

quinta-feira, maio 18, 2017


na orla do bosque. na voraz aventura dos silêncios. 
imaginado palavras aladas. como amo cada vez mais os abandonos...

quarta-feira, maio 17, 2017

bate contra a minha cara esta chuva de maio. potência cósmica nas minhas linhas interiores. um som de um sino ouve-se entre as pedras. o metal funde-se no silêncio. uma luz clara irrompe entre os espinhos. aumenta a intensidade da chuva contra a minha cara. caminho com esta agua sonora. as mãos vão abertas. escancaradas no meio desta agua que corre. bate. agua-potência-cósmica. que me trespassa. ao fundo uma névoa circunda os verdes rejuvenescidos como um fogo lento purificador em torno das copas claras das árvores. mais perto tudo escurece. recordações de infância de entardeceres-paraíso. o caminho continua a bater na água que me bate na cara como se fosse uma chuva de maio.

segunda-feira, maio 15, 2017

paisagem geológica. 2017

sábado, maio 13, 2017

(pyredust)

estes dois dias intensos dedicados ao santuário de Fátima, com a visita do peregrino Papa Francisco, trouxeram alguma reflexão interior. penso até que o mais interessante destas experiências religiosas seja a sensação de pertença a uma espécie de "comunidade imaginada" que em certa medida, a partir deste pequeno lugar, contribui para alguns momentos sublimes de paz no planeta. uma das palavras mais ouvidas nestes dias foi misericórdia e perdão para com todos (e não apenas com os nossos). que esta seja uma outra lição de humanidade...muito para além da própria religião.

quinta-feira, maio 11, 2017

(esthetiques)



releio Rimbaud. acendem-se todas as ervas com uma água nocturna. repentina. troveja. como se irrompe-se um exército negro desta noite prenhe de aromas selvagens. voltam as palavras de Rimbaud:

demasiado visto. a visão percorreu todos os ares.
por demais sofrido. rumor das cidades, à noite, ao sol, e sempre.
por demais sabido. as estocadas da vida: ó rumores e visões!
 partida no afecto e no ruído novos!

quarta-feira, maio 10, 2017

sábado, maio 06, 2017

ON THE ROAD


um flash de chuva  de granizo cruza a estrada...

sexta-feira, maio 05, 2017

TERTÚLIA Nº010




A tertúlia nº010 promovida pela Raia Gerações/Misericórdia de Alcafozes aconteceu ontem nesta localidade e teve como convidados principais a Drª Maria Adelaide Salvado e Tom Hamilton. O tema principal foi a valorização do património sineiro do concelho de Idanha-a-Nova. Um enorme destaque foi dado na abertura desta reunião com uma deslocação até à igreja matriz, onde está localizada a respectiva torre sineira. aqui o mestre sineiro local António José em jeito introdutório, demonstrativo e elucidativo deste singular saber-fazer, tocou as Avé Marias. Seguimos para o espaço da Misericórdia onde o Tom nos apresentou uma "viajem sonora" pelos toques de sinos do distrito de C. Branco, no sentido pleno de uma sensibilização para a urgente necessidade de resgatar este património em vias de se diluir face à massiva introdução de tecnologias de gravação sonora nas respectivas torres sineiras.  Na segunda parte do programa da tertúlia, a Drª Maria Adelaide Salvado complementando alguns dos aspectos destas paisagens sonoras sineiras e suas importâncias, ampliou e sistematizou de forma notável as relações entre a cultura popular e suas dimensões  simbólicas e profiláticas associadas aos sinos (trovoadas, afugentos). no final houve espaço para um convívio em torno de um lanche com iguarias do concelho. ficou o mote para uma próxima tertúlia sobre este mesmo património noutras localidades...

quarta-feira, maio 03, 2017

1º DE MAIO (A PROPOSITO DAS VELHAS E SANTIFICADAS LUTAS OPERÁRIAS)





temos que saber reinventar outros sentidos colaborativos e cooperativos para a dimensão do trabalho. urge mudar de paradigma: em vez de trabalhar para (sobre)viver, é urgente primeiro viver para depois trabalhar...

1º DE MAIO (A PROPOSITO DAS VELHAS E SANTIFICADAS LUTAS OPERÁRIAS)



the old get old
and the young get stronger
(...)
they got the guns
but we got the numbers

1º MAIO (A PROPOSITO)


(james wainwright)


"o futuro é a única propriedade que os senhores concedem 
de boa vontade aos escravos"

*camus

terça-feira, maio 02, 2017

capela N. Sª da Consolação, Salvaterra do Extremo. 2017