(santiago caruso)
ainda não cheguei a perceber (secalhar ninguém percebe) o fim institucional do feriado de carnaval. afinal, para além de se anular um remoto dia que faz parte de um calendário religioso, está-se também a banalizar todas as lógicas possiveis de valorização patrimonial que a este calendário estão associadas à séculos (Quaresma, Páscoa). assim o reforça julio baroja, um dos mais notáveis estudiosos do carnaval:
porque o carnaval (nosso carnaval), queira-se ou não, é um filho (ainda que seja prodigo) do cristianismo; melhor dizendo, sem a ideia da Queresma (Quadragesima), não existiria na forma concreta em que existiu desde datas escuras da Idade Média europeia.
*julio baroja, el carnaval. p. 31