(campos da idanha. 1907-1910?). arquivo nacional torre do tombo.
pela antiguidade deste documento fotográfico, talvez mesmo único, se pode decifrar um dos possiveis acessos principais à eremida da N. Sª do Almotão (*tal como se referia na época). o velho caminho, pelo seu aspecto remoto, rude, remete-nos sempre para essas circulações/deambulações lentas, pautadas pelos calendários religiosos e de trabalho. enquanto documento histórico e memória, é notável.
a mesma voz no interior luminoso da manhã a sussurrar intensidades minerais e a sulcar com lentidão essas geométricas sombras prenhes de insignificâncias....
depois da rega da manhã aproveito para respirar em profundidade a manhã e toda a sua majestosa simplicidade. talvez seja mesmo uma orientação para o resto do dia...
a ausência é mais clara que a presença. somos feitos duma substância que, desaparecida, é que se mostra. as coisas revelam-se na memória, bem melhor que à luz do sol.
depois de uma experiência bem sucedida com sementes desta fantástica abóbora, este verão já começamos a colher e degustar os seus sabores, ora na sopa, ora assada no forno barrada com miso...
talvez a moda da "vontade de museu" conjuntamente com as suas sempre mudas materialidades já tenham sido ultrapassadas por novos posicionamentos onde o virtual/ imaterial ocupa agora esses discursos mais mediáticos (sem nunca se perceber que o virtual e o imaterial sempre lá estiveram). todavia, em termos mais pragmáticos e operativos, são muito poucos os projectos concluídos nestas áreas, assim como os museus que deveras assumem nas suas linhas de orientação a consolidação de programas com alcances mais alargados no seio destas problemáticas.