Salvaterra do Extremo, 2015.
atormentado de todas as maneiras, dei hoje comigo a sossegar a alma neste recanto da pátria, que até no nome é bonito. Cada vez amo mais o Portugal velho, já quase perdido, de ruas aconchegadas, largos domingueiros, pelourinhos severos e torres cristãs, fiel à primitiva decência. sinto-me nele seguro, idêntico, natural e, sobretudo, fortalecido no meu afã de poeta. As coisas podem ser, como os versos, desafios ao tempo. Basta que estejam certas no espaço e na História.
Salvaterra do Extremo, 14 de Fevereiro de 1979, Miguel Torga