IDANHA-A-NOVA, O CENTRO DO MUNDO MÁGICO

 aqui fica a delicadeza do promenor. esse feixe mágico de luz multicolor que na sua essência marca um lugar mágico nessa paisagem denominada historicamente como campina, que nunca e teimosamente, será de ninguém, nem terá nunca caligrafias dogmáticas que persistem nos velhos ensinamentos à maneira inquisitorial. 

IDANHA-A-NOVA, O CENTRO MÁGICO DO MUNDO

sou um discipulo descredito das desnecessárias e gastas palavras que objectivamente nada trazem. aqui fica um dos meus sempre e muito sempre atentos olhares para um dos lugares mais extraordinários do planeta, esse lugar é idanha-a-nova....dá para arrepiar....

DO TANGIVEL...

igreja matriz de idanha-a-nova. domingo da ressusrreição. 2012

com estas lógicas desconcertantes de "imperialismos lógico-temáticos" relacionados com a intagibilidade patrimonial reificada, (re)lembre-se que nada faz sentido sem a materialidade dos lugares. aliás, se por enganos severos e multiplicados se classifica a fotografia como documento imaterial autonomo de discussão, que fique bem ciente, a fotografia é um absoluto documento material...

DA FRÁGIL SUPREMA TRISTEZA...

é habitual concebermos quase por automatismo maniaco e depressivo uma qualquer ordem divina super-protectora face a qualquer eventual caos que inesperado e violento se impõe como ferrugem corrosiva mil vezes destruidora  à  nossa beata e insignificante vida quotidiana...assim mesmo, do cru desta realidade, assim é o nosso fim. nada mais, a morte é a morte e ponto final...nada de veludos, nada de futuros luminosos. 

AINDA NA NATUREZA...

fui para os bosques porque pretendia viver deliberadamente, defrontar-me apenas com os factos essenciais da vida, e ver se podia aprender o que ela tinha a ensinar-me, em vez de descobrir à hora da morte que não tinha vivido.

*henri david thoreau, walden ou a vida nos bosques, p. 108.

UMA TEMPORADA NO INFERNO DA BOA MANHÃ...

mais um olhar da minha estrelinha...

que todos os acordares sejam de espada em fogo e em punho cerrado.
quantos são?
depois da guerra
ouve-se Ludwig van beethoven e não se esqueçam das balas e das cartucheiras...

AINDA, AMAMOS NA NATUREZA...

deambulamos com bondade e amor nessa infinita e insistente procura da felicidade suprema...como ansiamos o retomar dessas santas vagabundagens perfumadas...abandonar a hipocrisia multiplicada...respirar a sério sem esses egoísmos ofuscantes desses super-protagonistas...

NA NATUREZA AMAMOS...

esta fotografia é já uma memória das santificadas vagabundagens pelos bosques nordicos. um olhar especial da minha estrelinha com  uma velha máquina analogica apontada para o  coração-casa de um velho castanheiro onde pernoitamos durante noites e dias-festim...

ALELUIA...

De algo sempre haveremos de morrer, mas já se perdeu a conta dos seres humanos mortos das piores maneiras que seres humanos foram capazes de inventar. Uma delas, a mais criminosa, a mais absurda, a que mais ofende a simples razão, é aquela que, desde o princípio dos tempos e das civilizações, tem mandado matar em nome de Deus. Já foi dito que as religiões, todas elas, sem excepção, nunca serviram para aproximar e congraçar os homens, que, pelo contrário, foram e continuam a ser causa de sofrimentos inenarráveis, de morticínios, de monstruosas violências físicas e espirituais que constituem um dos mais tenebrosos capítulos da miserável história humana.

vale a pena ler o texto completo...* http://caderno.josesaramago.org/

DO FOGO FRIO DAS ENIGMÁTICAS PROCURAS DO POEMA

a rua recebe a manhã de abril

com as pedras ainda molhadas em cores prata mágica

um sol brota nas paredes de granito 

e também aqui na branda textura do poema germinam

pés, mãos, cabeças

a luminosidade giratória de tudo

sangue das engrenagens obscuras

intermitências electricas

BIBLIOGRAFIAS...

um livro-espelho das manifestações populares da semana santa do concelho de idanha-a-nova. os autores, António Catana (historiador e investigador local)  e Helder Ferreira (fotografo), souberam com renovada mestria "captar" essa vida que se renova com o próprio calendário festivo anual.

POR VAGABUNDAGENS MIL VEZES SANTIFICADAS....

idanha-a-nova, 2012.

na certeza dessa gloria que guia os profetas dos poemários nus. esses mesmos que souberam colher do pó o reino dos reinos. 

ROSMANINHAL, ROMARIA DA SANTA MADALENA

rosmaninhal, santa madalena, 2012.

entre os elementos mais extraordinários que se podem vislumbrar e actualizar nas romarias portuguesas, em particular na região da beira baixa, penso que é essa consciência colectiva da festa. o que mudou nessas sociabilidades? como se estruturam os mecanismos da problemática contemporânea sobre a festa?

NAS PROCURAS POÉTICAS...

vivemos tempos de imemoriais retrocessos. 

onde as palavras gastas copiadas até à exaustão mediúnica das televisões se assumem como verdades supremamente absolutas. afinal...onde está a poesia perfumada e os poetas nas nossas vidas quotidianas. por outro lado assumem-se com força de lei as visões dos supremos da desgraça que souberam conduzir os povos da terra até a mais extrema pobreza. afinal, onde está a religião e Deus e os seus discipulos e afins?? parece que esquecemos depressa os hitler's Lda...que souberam extinguir quase um terço da humanidade. as guerras inoportunas provocadas pelos parentes proximos da desgraça. e assim seguimos com este mesmo estandarte de vento em popa, em vez da prosperidade e compreensão dos povos e culturas. impõe-se deveras e com uma força cada vez mais avassaladora o sanguinário deus dinheiro. penso que não aprendemos absolutamente nada....os retrocessos são cada vez mais...e mais...que sentido fazem os avanços nos patrimónios da humanidade se nada servem....se de nada se retiram ensinamentos...

ON THE ROAD...

idanha-a-nova. 2012.

para os puros de coração...que sempre conseguem combater os "analfa-brutos" com eloquentes pacificidades  e contagiadas tranquilidades cósmicas...

TRADIÇÕES PASCAIS DO CONCELHO DE IDANHA-A-NOVA. PENHA GARCIA.

grupo dos Santos Passos, Penha Garcia

esta manifestação de religiosidade popular é uma das que mais me impressionou. pois trata-se de uma procissão "cantada" (canto triste) pelas ruas da aldeia, efectuada por um grupo de mulheres descalças, durante a noite de sexta-feira santa (meia-noite). ao longo deste itinerário, param sete vezes, em cada um destes "passos", colocam-se de joelhos, rezam e beijam o chão. impressiona pela carga emotiva, triste e penosa que este grupo  imprime nessa dolorosa deambulação. por outro lado, ao participarem descalças, estão a conectar-se com aquilo que já há muito esquecemos, o simbolo da verdadeira humildade, do despojamento do espirito, desse contacto com a terra. é precisamente aqui, neste eixo de emotividade, que a imaterialidade ganha dimensão, tornando esta manifestação como outras do mesmo genero, em representação viva.

VESTES FANTASMAGÓRICAS

numa das muitas escritas a avulso num caderno demasiado castigado pelo uso vagabundo, 

esculpi:

"sempre serão meus delírios escutados os múrmurios das velhas árvores

 pelo interior das noites"

LONGOS E INFINITOS MONÓLOGOS

num jejum destes dias andei às voltas cegas numa paisagem de escuros queimados e de penedias fantásticas. e nessa circulação meta-mediúnica, disse de mim para mim, o eça tinha razão, tudo conspira para a mais perfeita das conexões cósmicas. nada é por acaso, até mesmo um relógio parado, está certo duas vezes por dia.

REGRESSOS DAS CELEBRAÇÕES PASCAIS

igreja matriz de idanha-a-nova. 2012

escolhi esta imagem surpreendente pelo facto de ter sido tirada no domingo de páscoa (ressurreição), no final da respectiva procissão da ressurreição. como se vislumbra, num céu imensamente azul surge apenas e somente esta pequena nuvem em forma de pomba. surpreendente manhã esta da ressurreição em idanha.