Ti Inês, caiar o interior da cozinha. Rosmaninhal, 2008.
há muito que as novas
modalidades de processos de patrimonialização ligados ao Imaterial (PCI), se
tornaram moda, vieram, de certo modo, preencher a saturação dos pequenos museus
etnográficos locais, que sem projecto e sem quadro orgânico, foram caindo no
mais desconcertante dos esquecimentos. seria mesmo interessante um estudo
museológico à escala do país, tendo como base os supostos museus locais e suas
colecções na actualidade. esta nova modalidade de celebração patrimonial
(PCI) que em muitos lugares se impõe com novas dinâmicas
assentes na valorização de festas, saberes, ritualidades, musicas e práticas,
clama por uma lógica de salvaguarda que impõe modos de actuação diferenciados,
mas também levanta outras interrogações em relação ao objecto a tratar, para
que fins o seu "entesouramento", que agentes e interesses interferem
à sua volta? o antropólogo João Leal usa uma expressão de foro
"posologico" que me parece a mais operativa em termos reflexivos, o
PCI "deve ser agitado antes de ser usado".
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