domingo, março 05, 2017


o vento abana as roupas num estendal, a perguiça quer-se misturar nesse movimento liso, morto pela mão inerte do instante. cores que tem sede, janelas esgaçadas pelo movimento da terra, tantas voltas para encontrar o amor, a luz, o topázio da noite. romeu e julieta pendurados no estendal, mortos pela imobilidade do fio de aço encostado ao  pescoço, fazendo da dor uma recordação, deixando a cor do sangue descolorar com violência contra uma parede que já foi carne.

eddy chambino, desde os frutos. 

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