ouvi recentemente alguém referir que esta pedra estaria associada a remotos cultos sacrificiais de animais, um possivel altar pagão. penso que a aproximação tenha a ver com o próprio topónimo "boiéco" (pequeno boi). não querendo entrar em contradição com o sentido interpretativo do lugar, apenas fiquei a meditar e num dia destes desloquei-me ao respetivo. foi um passeio descontraído, com aromas silvestres e muitos pássaros associados ao habitat fluvial e altivo. no lugar da pedra, conhecido como "barroco do boiéco", apreciei a sua imponente silhueta, esqueci de imediato a teoria sacrificial. desfrutei do silêncio e da paisagem para as "campanhas da Idanha". escrevi ou descrevi no meu caderno o que vislumbrava sentado no topo da pedra. meditei deitado na pedra, talvez tenha sentido essas forças primordiais, esses infinitos de imobilidade que esta pedra representa. pensei nas intempéries e nos calores que esta pedra já enfrentou, pensei noutras pedras mais pequenas que acompanham a falha do ponsul que deste lugar se avista. quando abandonei o lugar passei as mãos por cima dos rosmaninhos floridos e das estevas que a circundam, como uma coroa. ainda assim preferi nem pensar na teoria sacrificial, pois para mim seria demasiado redutor associar o topónimo ao sacrifício de bois, talvez o topónimo esteja próximo da própria configuração da pedra (como tantas outras..."pedra de urso", "cabeça da velha", "porca de murça"...etc), mas nem isso me interessou....
DOCUMENTO FOTOGRÁFICO
Há 11 anos
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