Hoje, dificilmente se repetem as práticas sociais associadas à matança do porco nas aldeias. Porém, ficam as memórias deste momento sempre festivo. Transformam-se as práticas alimentares e os saber-fazer da carne. Modificam-se as economias domésticas e os seus transitos. Dentro das casas, transformam-se os lugares onde todo o ritual decorria, ou seja, em torno do fogo. Novos electrodomésticos, novos espaços, novos usos misturam-se com arcaicos saberes.
3 comentários:
À falta de banco improviza-se um desenrasca. Também gostava de ver o modelo do tchambaril.
Talvez com o aproximar da proibição de matar o porco em casa os apetrechos da matança já tenham sido colocados no lugar dos obsoletos.
Um abraço
Que pena nao lhe terem aproveitado o sangue, para fazer umas ricas murcelas!
A matança do porco é dos acontecimentos etnográficos do mundo rural que mais me apaixona pelo seu significado e ritual que engloba. Uma festa ritualizada e simbólica.
No Minho era, digo, era uma verdadeira festa social da aldeia e da família, de tal maneira que o índice de pobreza era medido pelo facto de uma família não ter um porco para matar: «É tão pobre que nem matou porco!»
Hoje, com os hipermercados, os frigoríficos e as medidas da União Europeia a matança tradicional tem menos significado e tende a desagregar a acção identitária comunitária. Um abraço.
Enviar um comentário