A ver pela síntese dos trabalhos e pelas fotos sugestivas que nos apresenta, deve ter sido um evento deveras interessantíssimo. Tendo também em conta o currículo dos intervenientes que dissertaram sobre o tema, estou convencido que o acontecimento manteve em alta a dignidade da profissão de pastor assim como da das gentes do “Rosmanial”. O que é de lamentar – pelo que deixa perceber o comentário que fez no nosso vizinho “Por terras do Rei Wamba” – é que tenha sido manifesta a falta de adesão de quem menos se esperava e que, à priori, tivesse interesse em que o seminário fosse concorrido.
Provavelmente aqui estaremos perante o bem conhecido fenómeno de que quando eventos não rimam com dividendos, sejam eles de que natureza forem, perde-se o interesse pela causa e por vezes ainda se critica desdenhosamente (não sei se foi o caso). Mas eu, como partilho da ideia de que só se deve criticar aquilo por que mais manifestamos apreço, a fim de tentar melhorar o que está menos bem - porque criticar por criticar ou criticar aquilo de que se não gosta, torna fácil e gratuita essa crítica - não entendo como é que num meio tão restrito as coisas aconteçam dessa forma.
Na parte que me toca, sou apologista de que, no que se refere à preservação de usos e costumes, não se devem desvirtuar as aldeias, embora, naturalmente, devamos fomentar a evolução das mentalidades dos que lá vivem, acompanhando a marcha do tempo, e potenciar os seus aspectos positivos, sem esquecer as lições dadas pelos que nos antecederam. Residindo eu na zona de Lisboa, mas deslocando-me com alguma frequência a Toulões (sempre que posso dou um pulinho pelas redondezas embora, curiosamente, o Rosmaninhal me fique mais fora de mão, mas está para breve) dediquei-me à A Arca Velha pela afeição que tenho à minha terra e a toda a região, tentando retratar as vivências de uma aldeia da Raia Perdida, no sentido de dar um contributo para que a memória não se apague. Como dizia alguém: “só se garante o futuro de um povo, conhecendo e preservando o seu passado”. Deste modo, acho que são de louvar todas as iniciativas do género e dou-lhe os meus parabéns por esta, porque, sei, foi sua.
Um abraço solidário
PS: Se for publicada alguma brochura sobre o Seminário gostaria que me informasse aqui, assim como e onde se poderá adquirir.
Em primeiro lugar, quero agradecer-lhe a sua atenciosa observação e manifesto apoio a este tipo de iniciativas. Quanto às questões mais profundas relacionadas com os niveis de participatividade dos públicos, queria dizer-lhe o seguinte, por vezes é necessário auscultar com alguma atenção estes acontecimentos, pois é daqui que podem surgir os vcerdadeiros diálogos com o "todo", ou seja, acredito que só apartir desta compreensão mutúa é que as aldeias podem se tornar realmente "vivas", centros de aproximação entre os diferentes diálogos geracionais. Temos forçosamente que perscutar as aldeias, para percebermos todas estas dimensões acerca da diferença. Para mim, o mais importante assenta sobretudo nos diálogos, se conseguirmos estabelecer pontes de diálogos utilizando os saberes, os quotidianos, as festas, as tecnicas, os usos, as politicas, os poderes, destas comunidades raianas, estaremos a fazer por um mundo mais sustentado. No fundo, é o que o Chanesco tem feito, com tamanha dedicação, no Arca Velha.
Relativamente ao livro de actas do seminário, quando estiver concluido enviar-lhe-ei um exemplar com todo o gosto.
2 comentários:
Meu caro Eddy
A ver pela síntese dos trabalhos e pelas fotos sugestivas que nos apresenta, deve ter sido um evento deveras interessantíssimo.
Tendo também em conta o currículo dos intervenientes que dissertaram sobre o tema, estou convencido que o acontecimento manteve em alta a dignidade da profissão de pastor assim como da das gentes do “Rosmanial”.
O que é de lamentar – pelo que deixa perceber o comentário que fez no nosso vizinho “Por terras do Rei Wamba” – é que tenha sido manifesta a falta de adesão de quem menos se esperava e que, à priori, tivesse interesse em que o seminário fosse concorrido.
Provavelmente aqui estaremos perante o bem conhecido fenómeno de que quando eventos não rimam com dividendos, sejam eles de que natureza forem, perde-se o interesse pela causa e por vezes ainda se critica desdenhosamente (não sei se foi o caso).
Mas eu, como partilho da ideia de que só se deve criticar aquilo por que mais manifestamos apreço, a fim de tentar melhorar o que está menos bem - porque criticar por criticar ou criticar aquilo de que se não gosta, torna fácil e gratuita essa crítica - não entendo como é que num meio tão restrito as coisas aconteçam dessa forma.
Na parte que me toca, sou apologista de que, no que se refere à preservação de usos e costumes, não se devem desvirtuar as aldeias, embora, naturalmente, devamos fomentar a evolução das mentalidades dos que lá vivem, acompanhando a marcha do tempo, e potenciar os seus aspectos positivos, sem esquecer as lições dadas pelos que nos antecederam.
Residindo eu na zona de Lisboa, mas deslocando-me com alguma frequência a Toulões (sempre que posso dou um pulinho pelas redondezas embora, curiosamente, o Rosmaninhal me fique mais fora de mão, mas está para breve) dediquei-me à A Arca Velha pela afeição que tenho à minha terra e a toda a região, tentando retratar as vivências de uma aldeia da Raia Perdida, no sentido de dar um contributo para que a memória não se apague.
Como dizia alguém: “só se garante o futuro de um povo, conhecendo e preservando o seu passado”.
Deste modo, acho que são de louvar todas as iniciativas do género e dou-lhe os meus parabéns por esta, porque, sei, foi sua.
Um abraço solidário
PS: Se for publicada alguma brochura sobre o Seminário gostaria que me informasse aqui, assim como e onde se poderá adquirir.
Amigo e raiano Chanesco
Em primeiro lugar, quero agradecer-lhe a sua atenciosa observação e manifesto apoio a este tipo de iniciativas. Quanto às questões mais profundas relacionadas com os niveis de participatividade dos públicos, queria dizer-lhe o seguinte, por vezes é necessário auscultar com alguma atenção estes acontecimentos, pois é daqui que podem surgir os vcerdadeiros diálogos com o "todo", ou seja, acredito que só apartir desta compreensão mutúa é que as aldeias podem se tornar realmente "vivas", centros de aproximação entre os diferentes diálogos geracionais. Temos forçosamente que perscutar as aldeias, para percebermos todas estas dimensões acerca da diferença. Para mim, o mais importante assenta sobretudo nos diálogos, se conseguirmos estabelecer pontes de diálogos utilizando os saberes, os quotidianos, as festas, as tecnicas, os usos, as politicas, os poderes, destas comunidades raianas, estaremos a fazer por um mundo mais sustentado. No fundo, é o que o Chanesco tem feito, com tamanha dedicação, no Arca Velha.
Relativamente ao livro de actas do seminário, quando estiver concluido enviar-lhe-ei um exemplar com todo o gosto.
um abraço raiano e mais uma vez BEM HAJAS
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