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idanha-a-nova, 09 julho 2010, 7 horas.
a manhã de verão é uma multidão de vidas e nós damos passos em várias direcções. capturamos a mecânica das sombras-cadáver vitimas da madrugada. contemplamos as cores fortes e cheiramos os aromas silvestres em festa. tudo está aqui mesmo à nossa frente. incrivelmente vivo e liberto. sem o absoluto que tudo domestica. não. hoje somos nós que levamos o admirável veneno do fascinio à boca do coração. compassado e em perfeita sintonia com o fascinio do olhar. de repende um aroma a poejo traz-nos um estranho e remoto magnetismo. recordações maiores explodem. ouvimo-nos nas veias indivisiveis e pisamos as sombras devagar. apertamos as mãos com hidraulicas forças e deciframos os exércitos do sol com os olhos cheios de coração. sim. somos todas as inarticuláveis mitologias-herbário que esta manhã de verão incendeia. mas damos passos que decifram caminhos milhares de vezes calcados sem a carga de veneno desejada. não será por causa dos obscuros magos dessas igrejas há muito cadáveres que deixasteis de abrir o coração ao silvestre, ao pó doce-margo dos caminhos do veneno? mais adiante ainda nos beijamos com a serenidade de uma brisa distraida nas faces. enchemo-nos de sol e a direcção foi o estóico silêncio do regresso à ordem das coisas mortas. que cortesia a desta manhã clara de verão!
2 comentários:
muito belo poeta eddy
pedro salvado
"gracias" amigo.
Um abraço
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