ladoeiro, 2011.
ladoeiro, povoação do concelho de idanha-a-nova, situada a sudeste da beira baixa, ao sul desta vila, estendendo-se numa faixa entre os rios aravil e ponsul. face às caracteristicas geologicas dos seus solos (grés arcósicos da beira baixa da era terciária-calhaus quarteziticos mergulhados numa pasta argilosa), as casas, enquanto resultado dos diálogos permanentes com o seu meio envolvente, foram, ao longo dos tempos, sendo (re)construidas em adobe, xisto, granito, quartezitos argilosos, etc. é precisamente este fértil diálogo com o meio fisico e social que transforma a casa num espaço de constantes e complexas alternancias. atente-se que a casa é isto mesmo, um lugar de continuidades e de descontinuidades onde confluem os parentescos. algumas casas, embora mantendo alguma da sua matriz original, transformaram-se e chegaram aos dias de hoje com leituras contemporaneas (materiais, tecnicas, saberes, esteticas, etc) outras, por multiplos factores, permaneceram estáticas no tempo, quase intactas daquilo que foi o seu projecto original. só uma leitura que tome em consideração o conjunto destes dois universos, em conjugação com a memória social dos espaços e das pessoas que as habitaram, poderá trazer novas pistas para a tão urgente interpretação destes espaços habitados. a titulo de exemplo, veja-se este admirável conjunto de uma das suas ruas centrais do ladoeiro, onde convivem tipologias pertencentes a diversas temporalidades. é para esta solene diversidade que temos que capitalizar os olhares e os ambiciosos projectos.