este ano não tive oportunidade de estar presente numa das festividades mais emblemáticas da beira interior dedicada aos "supostos" caminhos da transumâcia - em alpedrinha, fundão. houve, segundo a consulta da imprensa local, festa "rija" e multiplicada aos milhares. desta celebração realço com todo o triplicado mérito a vontade preciosa das gentes locais que participam no acto festivo abrindo os seus espaços das casas para a partilha "copofónica". um exemplo extraordinário a seguir e a incentivar, pois a festa é de todos e todos têm que participar com os seus espaços de contágio das sociabilidades. daí que se torne única, inesquecivel e até provocatória para todos aqueles que se habituaram a esquecer tudo isto em prole das contratações "chorudas" de artistas que nada têm a haver com os locais de celebração social. contudo, não são os milhares famintos de festividade que justificam a temática da celebração, ou seja, a "mal-amada-cultura-pastoril" que com o assumir extravagante da festa massificada, oculta a cada ano e cada vez mais, a temática que se pretende deveras celebrar. da remota e vivencial cultura pastoril e das leituras actualizadas que este mesmo território pastoril representa na actualidade nada ou quase nada surge. tenho pena que um dos projectos mais interessantes e polarizados nestes eixos "esquizofrénicos" que se apoiam numa das mais sérias e remotas trajectorias de configuração de vidas e de territórios pastoris tenha as suas portas fechadas e se revele como um cadaver espectante...