este ano não tive oportunidade de estar presente numa das festividades mais emblemáticas da beira interior dedicada aos "supostos" caminhos da transumâcia - em alpedrinha, fundão. houve, segundo a consulta da imprensa local, festa "rija" e multiplicada aos milhares. desta celebração realço com todo o triplicado mérito a vontade preciosa das gentes locais que participam no acto festivo abrindo os seus espaços das casas para a partilha "copofónica". um exemplo extraordinário a seguir e a incentivar, pois a festa é de todos e todos têm que participar com os seus espaços de contágio das sociabilidades. daí que se torne única, inesquecivel e até provocatória para todos aqueles que se habituaram a esquecer tudo isto em prole das contratações "chorudas" de artistas que nada têm a haver com os locais de celebração social. contudo, não são os milhares famintos de festividade que justificam a temática da celebração, ou seja, a "mal-amada-cultura-pastoril" que com o assumir extravagante da festa massificada, oculta a cada ano e cada vez mais, a temática que se pretende deveras celebrar. da remota e vivencial cultura pastoril e das leituras actualizadas que este mesmo território pastoril representa na actualidade nada ou quase nada surge. tenho pena que um dos projectos mais interessantes e polarizados nestes eixos "esquizofrénicos" que se apoiam numa das mais sérias e remotas trajectorias de configuração de vidas e de territórios pastoris tenha as suas portas fechadas e se revele como um cadaver espectante...
DOCUMENTO FOTOGRÁFICO
Há 11 anos
2 comentários:
assino por baixo querido amigo. infelizmente, a tal dita cuja crise não será apenas económica... chocalhos uma central nuclear de curiosas invenções de "pseudo" tradições que confundem oportunidade com o muitos oportunismos. para o anos há mais.assim que haja esperança, não era o gramsci que citava a frase já não sei de quem 'pessimismo na análise, optimismo na acção'. então, força, e toca a pensar contra o deserto...
pedro salvado
- Não te esqueças das jornadas de história da medicina de novembro. então e esses trabalho sobre a medicina pastoril.
pierre sauvage
Amigo Pedro, gostei da citação do Gramsci!!
é isso mesmo ... pensar contra o deserto.
hoje mesmo, há uns minutos, liguei a televisão (rtp) e dou com um "senhor arquitecto" de castelo branco que explicava com uma eloquência desmedida "tudo" sobre esta cidade: história da sua fundação templária, etnografia dos bordados, o pão-de-ló e as suas possibilidades de vir a ser "adoptado" identitáriamente como iguaria-essência desta cidade. enfim, uma enciclopédia ambulante. históriadores, arqueólogos, antropologos, sociologos, para quê???
ah...sobre as jornadas, este ano vou fazer tudo para poder estar presente...
Um grande abraço
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