o victor ofereceu este poema ao mundo...
a madrugada era a cidade branca. a cidade e a sua vaidade. o mar e a entrega à luminosidade menor. chegam os amigos açorianos e o sotaque. as promessas das viagens de um dia. depois a estrelinha sorriu e o sol iluminou-lhe de uma só vez todo o sorriso. subimos as escadas e havia uma taberna com homens que recordavam o poeta. tocava uma gaita de foles. tive um sonho de um segundo. depois os homens vieram com as estórias sobre o poeta. vieram as cervejas e o mar para dentro da taberna. a noite e as palavras outrora acesas. outra vez aqueles sorrisos. outra vez aqueles marinheiros e aqueles poetas. o armando é o dono do leme e leva-nos para uma traineira azul clara. o mar parece chumbo e agita-se como uma velha serpente. a traineira só começou a andar com o mestre joão e o poeta marinheiro victor. o dia rompia e nós sentados como deuses do mar esperavamos pelos cozinhados do armando. o mestre joão foi ao fundo mar e trouxe-nos velhas estórias e uma bela feijoada. depois as estrelas levaram a estrelinha por momentos. nós os naufragos da realidade continuamos à espera dos sonhos da estrelinha. bebemos o mundo e prometemos desarmar a morte com esta maneira simples de viver.
ao mestre joão dedico o mar e as estórias. ao armando que navegou ao lado do poeta e o trouxe de volta para esta viagem, aleluia. ao victor, o poeta da traineira azul, dedico a eternidade do vinho.
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