quarta-feira, fevereiro 26, 2014

OS SINOS. DO TOQUE MANUAL AO AUTOMÁTICO

divulguei um pequeno documento fílmico sobre um toque manual dos sinos da vila de Idanha-a-Nova e seu respectivo mestre, com os propósitos de sinalizar e dar ecos à importância destes elementos sonoros estruturais para o funcionamento dos quotidianos das sociedades rurais e seus respectivos mestres e saberes. hoje, são inúmeros os factores que contribuem para as suas aceleradas reconfigurações (envelhecimento, novidades tecnológicas, negócios, etc), nomeadamente a sua malograda mecanização automatizada. por outro lado, sem justificação aparente, quase não existem referências bibliográficas e documentais, ou registos sonoros e filmicos sobre os inúmeros sinos do concelho, sobretudo seus funcionamentos, toques, origens, história e mestres. sendo um elemento estrutural e com significados sociais e culturais tão marcantes, a que se deve tal esquecimento? penso que foi precisamente porque nunca se silenciaram definitivamente, porque a sua funcionalidade (embora automática) continua a pautar os quotidianos destes territórios. sobre a transmissão deste ancestral saber e suas componentes de valorização local, seria interessante o surgimento de iniciativas promocionais junto das comunidades jovens, tal como já se faz em inúmeros países europeus sob orientações especificas e com apoios financeiros.

*apenas uma nota que me passou, pois muitas vezes escrevemos a velocidades transgressoras e algo fica para trás na poeira. a propósito desta gravação e deste momento gerado, destaco que foi a partir de uma iniciativa do compositor Tom conjuntamente com a ADRACES (Paulo) que o momento do registo se concretizou. refira-se também que esta iniciativa e o seu quadro de acção, penso que já será um arranque para a valorização das paisagens sonoras sineiras do concelho.

4 comentários:

Al Cardoso disse...

De facto e uma pena, deixar-se morrer os ultimos mestres sineiros, sem ninguem lhes seguir as pisadas.
Serao sinais dos tempos, a mecanizacao dos toques, mas que mais ricos ficavamos, se ou menos pudessemos ter esses toques filmados ou gravados, para a posteridade!

Um grande abraco de amizade.

eddy disse...

Viva caro Al, bem hajas pela visita.

sim, ficaríamos mais ricos com toda a certeza, mas creio que a centralidade das aprendizagens sineiras teriam acima de tudo uma reconfiguração no que diz respeito à participação social local e suas sociabilidades, onde para além da promoção de um saber-fazer, se estaria a desenhar projecto e olhares de dialogo com as restantes freguesias e suas diferenças, assim como num sentido mais alargado, para o resto do mundo...

Um grande abraço

sociedaddediletantes.blogspot.com.es disse...

Me gustó mucho el audio vídeo que pusiste con el toque de campanas. Qué grato!

eddy disse...

Muchas Gracias Casilda...

Saludos