quinta-feira, abril 13, 2017



"Cada região olha com orgulho para as suas tradições e até há quem as queira elevar a Património Cultural da Humanidade da UNESCO. É o caso do desertificado concelho de Idanha-a-Nova - que guarda Monsanto, a aldeia mais antiga de Portugal - que prepara a candidatura da representação cénica de Maria Madalena. E qual é o segredo de Idanha? "É tudo feito pelo povo, ninguém ensaia nada."

Diário de noticias, 13 Abril de 2017


li esta noticia com o seguinte titulo "quantas páscoas há neste país? um retrato da tradição de norte a sul", mas nesta noticia da eventual diversidade ritual que o país sugere, apenas se realçam os mais mediáticos do momento, muitas outras "páscoas" são silenciadas em termos de "comunicação mediática", as comunidades participam nas cerimónias colectivas do calendário litúrgico como sempre o fizeram, se eventualmente chega alguém desconhecido, logo iniciam alguma explicação que se desmultiplica numa curiosa e viva conversa sobre a sua terra. percebemos logo que não há necessidade de recorrer aos interpretes oficiais das "textualizações" patrimoniais. existe, na minha opinião, um enorme paradoxo no meio destas lógicas patrimoniais "mediáticas", sugerem-se comunidades, grupos, "povo", mas raramente são eles a apresentarem-se perante o universo dos ouvintes da comunicação social, existem sempre os denominados "representantes oficiais da tradição", com tudo preparado e organizado (ensaiado). como se costuma dizer "o povo é falado mais do que fala".

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