"objectos feridos". 2017
os objectos de museus locais, inseridos em pequenos projectos etnográficos, condensam riquíssimas tramas de discursos colectivos e individuais, formas de apropriação, linguagens técnicas, percursos de uso, funcionalidades. tudo isto torna-se ainda mais urgente reter neste mundo cada vez mais consumista, onde a noção de fora de uso ganha contornos absolutamente incríveis e imediatos. contrariando um universo de práticas e saberes associados a estes objectos ditos etnográficos. neste sentido, o mundo da reparação e seus intervenientes assume um papel enigmático e social nestas sociedades consumistas, pois encontrar um objecto reparado para voltar a uso é quase impossível, tal como os seus especialistas. contrapondo os universos das operacionalidades e saberes que ainda se reproduzem em continentes como Africa. portanto, através das práticas da reparação podemos construir itinerários, discursos e imaginários extremamente férteis para os eixos de acção destes pequenos museus locais. linguagens artisticas onde a criatividade se assume como um contraponto aos nexos do consumo imediato, contrariando essas lógicas absolutas e centralizadas de "objectos moribundos"...
Sem comentários:
Enviar um comentário