segunda-feira, dezembro 27, 2010

TESE DE DOUTORAMENTO, NÃO QUEIRAIS SER CASTELHANA, EDUARDA ROVISCO


não podia deixar findar este 2010 sem destacar esta importante tese de doutoramento em Antropologia, intitulada "Não Queirais Ser Castelhana. Fronteira e Contrabando na Raia do Concelho de Idanha-a-Nova", elaborada pela Eduarda Rovisco no departamento de Antropologia do ISCTE.

conheci a Eduarda em Idanha, num dos momentos iniciais desta investigação. entretanto, passaram-se estes longos, fascinantes e trabalhosos cinco anos e eis o "produto final" dessas encruzilhadas de introspecção pela remota raia e afins. confirmando-se, uma vez mais, a extraordinária componente laboratorial destes "terrenos" ditos raianos.



parabéns eduarda!

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Resumo:

"Nesta dissertação são examinados os vinculos e a interacção produzida entre as populações raianas dos dois flancos da fronteira luso-espanhola entre 1940 e o presente, com base num trabalho de campo efectuado em Salvaterra do Extremo, Penha Garcia (duas freguesias fronteiriças do concelho de Idanha-a-Nova) e Zarza la Mayor (Cacéres). Com este proposito, e ainda com o objectivo de avaliar a eficácia material e simbólica desta fronteira e as modalidades locais de experienciar Estado e nação, foi atribuida primazia à analise de práticas de contrabando por terem constituido, no passado, o grande motor das deslocações ao país vizinho e por constituirem, no presente, o tema central dos discursos sobre fronteira e alteridade especialmente no flanco português. Deste modo, procede-se ao recenseamento das modalidades de contrabando praticadas neste troço da raia, à analise das suas continuidades e mudanças a um nivel sincrónico e diacrónico, bem como ao exame das rotinas e relações entre contrabandistas e autoridades portuguesas e espanholas. Este exame dos vinculos estabelecidos entre as populações raianas de dois países comporta ainda uma avaliação dos impactos dos processos de mudança em áreas rurais, abertura da fronteira, politicas de cooperação transfronteiriça e de turistificação, bem como uma análise dos discursos sobre alteridade, em particular dos processos de estereotipia e teorias folk sobre identidade nacional que incorporam a interacção produzida no contexto do contrabando e no presente."

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