domingo, dezembro 12, 2010

TESE DE MESTRADO, A REFORMA AGRÁRIA EM IDANHA-A-NOVA


o concelho de idanha-a-nova ficou mais rico com o surgimento desta importante tese de mestrado da cláudia, defendida esta semana no ISCTE, no âmbito do curso de mestrado em "Museologia: Conteúdos Expositivos". trata-se de uma temática - reforma agrária - há muito envolvida num complexo novelo de silêncios. nada ou quase nada havia sobre esta mesma temática circunscrita a esta região (Beira Baixa - Concelho de Idanha-a-Nova). todos os méritos vão para a cláudia que contra ventos e tempestades empreendeu esta travessia com sucesso. daí, todo o reconhecimento ter sido dado pelos elementos do júri: Prof. Dr. Fernando Oliveira Baptista (arguente); Prof. Dr. Brian O'Neil (Presidente); Profª Dr.ª Luisa Tiago Oliveira (orientadora). agora, num futuro imediato, no sentido do preenchimento desse inquietante vazio, impõe-se a sua publicação num formato mais generalizado. podendo mesmo ser esta publicação o motivo central de incentivo para uma revisitação mais cuidada a esta temática. que comporte mesmo uma exposição com materiais diversos de arquivo (documentos, fotografias, artigos de jornais) e uma mesa redonda com os diversos protagonistas e assim se esclarecem silêncios e se abrem novas perspectivas.


sobre a tese - resumo:

"A Reforma Agrária em Portugal surge num contexto revolucionário, fruto da Revolução de 25 de Abril de 1974. Os trabalhadores ocupam as grandes propriedades do sul do país e formam novas unidades de produção, baseado num sistema de gestão colectiva.

O estudo presente de investigação analisa o caso de um concelho da Beira Baixa, a norte da ZIRA (Zona de Intervenção de Reforma Agrária), Idanha-a-Nova.

A questão da terra em Idanha-a-Nova sempre provocou dissidências entre os mais ricos e os mais pobres num espaço onde a questão do colectivismo/individualismo agrário se colocou com força. Este concelho, marcado ao longo do século XX pelas más condições de vida e de trabalho, continha uma elevada massa de trabalhadores temporários atormentados pela sazonalidade, pela fome e pela repressão dos grandes proprietários. A Reforma Agrária veio a dar aos habitantes dos campos de Idanha-a-Nova a esperança de melhores condições de vida e de trabalho. No presente estudo, apresentamos as ocupações, analisamos as novas unidades de produção e acompanhamo-las até ao seu declínio a partir dos anos 80."

1 comentário:

Anónimo disse...

O Presidente do Júri, Fernando de Oliveira Batista, foi ministro da Agricultura no V Governo Provisório e responsável por muita da legislação interventiva, relativamente à Reforma Agrária. Na Zona da Idanha houve intervenções em propriedades de duas casas Agrárias. Também estou com curiosidade em ler a Tese. Logo que seja disponibilizada pela Biblioteca do Iscte, irei procurá-la