domingo, março 30, 2008

Convenção para a Salvaguarda do Património Imaterial


Encomendação das almas, Medelim.


Finalmente, foi publicado esta semana o decreto lei de ratificação da Convenção para a salvaguarda do Património Imaterial. Por fim, Portugal ratificou a tão desejada Convenção. Na sequência, o Instituto dos Museus está a preparar um conjunto de iniciativas que visam estruturar os novos desafios que se avizinham. Para tal, lançou recentemente um Programa de Estágios destinado a enquadrar a participação de Licenciados em Antropologia nos projectos em curso do Departamento de Património Imaterial. Trata-se sem dúvida de uma grande oportunidade. Toca a mexer!!!

consultar: http://www.ipmuseus.pt/

... quanto à imagem que ilustra este post, trata-se de uma encomendação das almas efectuada na encantadora aldeia de Medelim (Idanha-a-Nova). Esta prática assenta, muito resumidamente, num conjunto de cânticos executados por um grupo misto de homens e mulheres (pode variar de aldeia para aldeia), geralmente vestidos de luto, que se reúnem todas as sextas-feiras da Quaresma, normalmente à meia-noite, para percorrerem os pontos mais elevados da aldeia e em cada um destes entoarem os respectivos cânticos tristes acompanhados de algumas rezas.

4 comentários:

a d´almeida nunes disse...

Bem me lembro de ouvir alguns desses cânticos, na minha aldeia, a voz da minha mãe a sobressair, tão forte e límpida ela era.
Hoje, já tem 83 anos mas ainda está de saúde.
Que saudades, ainda não foi este ano que lá voltei...
António

Chanesco disse...

Meu caro Eddy

Quando se apagar a voz dos velhos nada garante que a sua sabedoria não se apaga com ela.

um abraço

Anónimo disse...

Meu caro:
No Minho de antanho – mas já não tenho notícia de se fazer actualmente – fazia-se na Quaresma uma cerimónia parecida, chamada «O BOTAR DAS ALMINHAS».

Um homem subia a um ponto alto da freguesia e depois da primeira badalada do sino, dizia estas palavras «ALERTA, ALERTA, A VIDA É CURTA E A MORTE É CERTA», e começava a rezar um Padre-Nosso e uma Ave-Maria em tom triste, por sufrágio das almas do Purgatório. O povo, das suas casas, abria os janelos e rezava em conjunto com o «botador das almas». O tempo tudo levou!

Mas foi com plena satisfação que vi tal ancestral prática aqui relembrada e até ensaiada. Boa semana e bem-haja!

eddy disse...

Ao alexandre Castro, peço imensa desculpa, mas apaguei sem querer o seu comentário. Fica o meu agradecimento pela sua visita.