sábado, julho 05, 2008

ARQUITECTURA TRADICIONAL: O PALHEIRO



Palheiros, Rosmaninhal, 2008.


o palheiro, no concelho de Idanha-a-Nova, assim como em grande parte do país, constituiu uma importante estrutura de apoio à agricultura. ali se guardava o feno, as alfaias agricolas, os animais de carga, a lenha, a cortiça, a lã, etc. configuram-se em núcleos no espaço limítrofe das aldeias, pois esta organização urbanística foi consequência do afastamento dos animais dos nucleos habitacionais. hoje, com o abandono quase total das actividades agricolas, estes importantes espaços agonizam numa morte mais que anunciada. porém, aqui e ali, ainda vão surgindo projectos pontuais de turismo rural que aproveitam estas arquitecturas ditas moribundas e nelas alicerçam novos usos e novas formas de os vivificar. passam, portanto, de velhas tipologias ligadas ao mundo do trabalho, para passarem a enquadrar eruditos mapas da expressão da excelência da quietude, do descanso quase santificado. um autêntico paradoxo, quem diria?? contudo, nem todos os palheiros das aldeias se podem transformar em hóteis rurais ou casas rurais, muito menos em museus ou nucleos museológicos. pois então, o que fazer com todas estas tipologias que impreterivelmente caem na consequente e ansiosa ruina? muito para além dos inventários, estudos, salvagurdas, seria necessário (re)coloca-los nas rotas do conhecimento, nas rotas do saber das universidades, nas rotas dos projectos com os idosos, enfim, nas rotas da vida...

"não se faz palheiro sem palha", dito popular, Idanha-a-Nova.

Sem comentários: