A figueira, tal como a oliveira e a videira, é uma das arvores que simbolizam a abundância. Todavia, quando seca, torna-se uma arvore má. A figueira simboliza a ciência religiosa. No egipto tinha um sentido iniciático. Os eremitas gostavam de alimentar-se de figos. A figueira aparece no velho e no novo testamento, no primeiro, em Genesis (3, 7), Adão e Eva, ao tomarem consciencia da sua nudeza, taparam os genitais com folhas de figueira. No Novo Testamento, Jesus amaldiço-a (Mateus, 21, Marcos, 2, 12s). Jesus dirige-se à figueira, isto é, à ciência que ela representa. Na Ásia Oriental (Upanixades e Bhagavad Gita) a figueira é a árvore do mundo, é a arvore que une o céu e a terra. Simboliza também a imortalidade e o conhecimento superior, era a árvore favorita de Buda, este gostava de se sentar debaixo dela e ensinar os seus discipulos. É a árvore sagrada das tradições indo-mediterrânicas, é associada a ritos de fecundidade. Na África Negra, entre os Kotokos do Chade, podar uma figueira yagalé provocaria a esterilidade. A mulher Kotoko, faz um talho na casca desta figueira e retira-lhe o leite. É igualmente sagrada para muitos povos bantos da África Central. Por cá (Beira Baixa) diz-se que a figueira é uma má arvoré, evita-se a sua sombra, no entanto, as suas folhas, como as de couve, eram utilizadas para embrulhar os queijos. A etnografia está repleta de adágios referentes a figueiras.