Por esta altura os campos tornam a receber algum frenesim de outrora, é o tempo da apanha da azeitona, esse fruto precioso de onde se extrai à muitos séculos o denominado ouro do mediterrâneo. As mais remotas técnicas de extracção conhecem-se na bacia do Mediterrâneo desde a IV dinastia egípcia. Em Portugal, surge em conjugação com outras culturas, nas proximidades das povoações. Na região da Beira Baixa a plantação de oliveiras teve um crescente impulso nos finais do século XIX, alterando em parte, a fisionomia da paisagem outrora preenchida quase exclusivamente por sobreiros e azinheiras. Hoje, estas paisagens tornaram-se simbolos identitários de muitos territórios e das suas gentes, que heroicamente souberam modificar muitas encostas de montanhas sem interferir com o entorno natural. Quem ainda não admirou extasiado a paisagem cascalhenta dos terraços do tejo que acompanha a linha da Beira Baixa, a partir de Belver até Vila Velha de Rodão? Seria importantíssimo o estudo, valorização e preservação desta memória colectiva associada a esta paisagem. Relativamente às técnicas artesanais de extracção de azeite, no concelho de Idanha-a-Nova, em particular nas aldeias de Proença-a-Velha e Idanha-a-Velha, existem excelentes exemplares musealizados. Para saber mais sobre estas arcaicas tecnologias, encaminho-vos para uma leitura urgente e de excelência, a obra de Benjamim Pereira,Tecnologia tradicional do azeite em Portugal, editada pela Câmara Municipal de Idanha-a-Nova.
1 comentário:
Infelizmente pelo meu concelho que ja foi um grande productor de azeite, as pessoas nao tem aproveitado os incentivos comunitarios para a reconversao dos olivais e ate para a plantacao de outros novos!
Um excelente "post" como ja nos tem habituado!
Um abraco d'Algodres.
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