Maria Nabais, Penha Garcia, 2008.
Durante as minhas constantes conversas informais com as gentes das aldeias sempre registei e continuo a registar o universo do corpo enquanto simbolo de multiplas linguagens. Dos infinitos registos destaco aqui o meu fascinio pelas mãos das gentes que trabalharam árduamente nos campos. Mãos que aprenderam a utilizar diversas ferramentas, gestos e performances de trabalho e que devido à perserverância ficaram por isso perpetuados sob a forma de cicratizes, deformações e calos que hoje nos podem contar multiplas histórias.
1 comentário:
mãos muitas , e lembro -me de um velho que se cortou num podão, e eu testemunhei arrepiado , ele disse-me não dói nada , é prciso agora é estancar o sangue ,... a minha aflição era maior do que a dele , procurava de um lenço que havia dantes mas nem os de papel eu trazia comigo... Ele ria-se....
mas o mão que se levantava gritava as horas , acenava ao longe, dizia alto ; vaia parente
as relações de vizinhança eram de parentesco , só muito tarde percebi isto , dos parentes do longe literal , e do perto que mal se viam ou quando se encontravam eram conversas de horas.... havia mesmo um homem que o ti Joaquim que tirava um dia da semana para ir conversar com gente .... O povoamento era disperso quem conhece Palmela ou Moita de certa forma sabe do que falo....
Até amanhã parente!
tudo de bom para si!
José Ribeiro Marto
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