A quaresma que se iniciou com um amortalhar colectivo atinge o seu auge. Esta penitência colectiva outrora assente sobretudo em ritos negativos: abstenção de consumir carne, proibição de actividades ruidosas, de cantar durante o trabalho e mesmo de usar roupas "alegres". Hoje resume-se praticamente à pontualidade do luto tenebroso da Sexta-Feira Santa, pautado por solenes procissões nas ruas escuras das aldeias onde o silêncio impera. Tudo se revela tenebroso: os passos lentos e dolorosos, as vestes negras, a sonoridade triste, a contenção das gestualidades, as velas e os archotes que crepitam como fogo-fátuos, o som sinistro das matracas que, segundo dizem, "é semelhante ao som de ossos que se partem". Trata-se no seu pleno sentido simbólico de uma morte colectiva. Para quem nunca presenciou esta fascinante vivência, aconselho impreterivelmente o acompanhamento destes ritos tenebrosos pelas aldeias do concelho de Idanha-a-Nova, porque vale mesmo a experiência!
DOCUMENTO FOTOGRÁFICO
Há 11 anos
6 comentários:
Uma lição permanente de saber, amor regionalista e dedicação, eis como se define este blogue, tudo de braço dado com a melhor qualidade. Um reportório que me agrada visitá-lo de sobremaneira. Desejo uma Santa Páscoa e boa semana.
caro jofre,
bem hajas!!!
Boa Páscoa, desde a fria Egitânia
Abraço
Joaquim
bem hajas joaquim, também para si uma boa Páscoa.
Um abraço
Caro Eddy
Chegado aqui já com a Páscoa já passada, resta-me desejar que ela tenha sido óptima.
Um abraço
"gracias" amigo chanesco.
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