(monsanto, 2009)
impõe-se-nos esta robutez do granito das casas de monsanto. tem algo de supra-humano, talvez uma conotação excessiva para este tempo dominado pelo visivel e pelo material. não tenho dúvidas deste lugar em tempos exercer um forte magnetismo transcendental para quem o avistava ao longe na paisagem. tal como o monte dos deuses, esse Olimpo esquecido. no entanto, o paradoxo é tal que se aproximarmos as escalas de observação e penetramos no âmago das suas ruas e das habitações, de imadiato nos apercebemos da mais rude e da mais simples das vivências humanas. a nudeza do granito invade-nos e está por todos os lados. são casas extremamente escuras, com poucas ou nenhumas aberturas, onde a luz natural apenas fere algumas arestas mais salientes. daí, preservarem a frescura no verão e o calor do lume no inverno. o espaço dos animais de capoeira já não convive com o restante da casa. neste espaço inferior, ainda convivem as alfaias agricolas o pequeno celeiro e a tradicional adega. como tenho referido amiúde aqui, uma casa tradicional supõe sempre um conjunto de opções pessoais, de escolhas em deterimento de outras, como tal, aporta criatividade e formas de conhecimento. trata-se de um elemento com uma carga identitária fortíssima, daí constituir-se na sua plenitude como um "texto", um "documento" para o conhecimento aprofundado do ser humano.
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